Prestes a completar 40 anos da morte de Pier Paolo Pasolini (1922-1975), o Museu Inimá de Paula realiza uma homenagem ao múltiplo artista. Sob a curadoria do escritor mineiro Matheus Ferraz, o museu sedia a exibição da Trilogia da Vida, composta pelos filmes mais polêmicos do também cineasta.
“Decameron” (1971), “Os Contos de Canterbury” (1972) e “As Mil e Uma Noites” (1974)“, são conhecidos por criticarem a sociedade italiana no período pós-guerra, que era tomada pelo consumismo e hedonismo, característicos de indivíduos inseridos cultura de massa. Para expressar essa opinião, Pasolini adaptou contos eróticos de escritores renomados e, assim, povoa o trio de longas de cenas altamente criticadas à época e até hoje controversas.
Outros fatos que chamam atenção nos filmes do cineasta italiano são a utilização de países exóticos como cenários, entre eles a atual República Árabe do Iémen, Etiópia e Nepal, e o uso de atores não profissionais, inclusive em papéis principais.
Inspirado nos contos erótico de Geoffrey Chaucer, “Os Contos de Canterbury” recebeu o Urso de Ouro no Festival de Berlim, em 1972. A obra priorizou os textos mais lascivos e perversos que mostram práticas sexuais em atos inimagináveis e, por vezes, cômicos. O filme será exibido amanhã, às 14h.
Já em “As Mil e Uma Noites”, que será exibido amanhã, às 16h, Pasolini entrega um filme menos contemplativo (quando comparado com seus predecessores). Apesar de terem 15 histórias, a narrativa é guiada pelo conto que relata a trajetória de um jovem escolhido por uma escrava para ser seu dono. Os dois se apaixonam, mas ela é raptada e o amante parte em busca de sua amada.
“Decameron”, considerado o mais digerível da trilogia e inspirado em contos de Giovanni Boccacio (1313-1375), foi exibido ontem. Para todos os filmes a entrada é gratuita, com classificação indicativa de 18 anos. O endereço é rua da Bahia, 1.201, centro.