Música

Orquestras Sinfônicas e Coral Lírico executam clássicos de Tchaikovski

Obras do compositor russo como 'O Lago dos Cisnes' e 'O Quebra-Nozes' serão apresentadas

Por Raphael Vidigal
Publicado em 18 de setembro de 2019 | 03:00
 
 
 
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“Você pergunta se eu conheci outro amor que não o platônico. Sim e não. Se a questão me tivesse sido colocada de outra forma: ‘Você experimentou a felicidade de um amor completo?’. Minha resposta seria: ‘Não, não e não!’. Mas pergunte-me se sou capaz de compreender a força imensa do amor, e eu lhe direi: ‘Sim, sim e sim!’”. 

Esse trecho do diário de Ilitch Tchaikovski (1840-1893) dá a medida do temperamento do compositor russo, cuja obra será tema da apresentação que a Orquestra Sinfônica do Estado de Minas Gerais, o Coral Lírico e a Sinfônica da Polícia Militar realizam nesta quarta (18). 

Por isso mesmo, o maestro Silvio Viegas elege a palavra “emotividade” como definidora do processo criativo de Tchaikovski, que durante toda a existência conviveu com suspeitas que ainda perduram de uma homossexualidade reprimida.

“A busca pela dramatização é muito presente nas peças de Tchaikovski. Esse caráter emocional é perceptível por meio de uma escrita orquestral poderosa e de melodias geniais”, elogia Viegas. 
As próprias origens de Tchaikovski teriam contribuído para o estilo, já que “o folclore influencia a produção orquestral russa”. “Toda música popular, em geral, fala ao coração”, sublinha. 

Para o programa da noite, Viegas selecionou as aberturas da shakespeariana tragédia “Romeu e Julieta” e da belicosa “1812”, que exalta a vitória russa sobre as tropas napoleônicas; além das suítes dos balés “O Lago dos Cisnes” e “O Quebra-Nozes”, dois clássicos da dramaturgia mundial. 

As opções passaram por aspectos subjetivos e práticos. “Escolhemos em função da beleza dessas obras, que são agradáveis ao público e exigentes para a orquestra; elas contemplam quem ouve e quem toca”, afirma o regente. “Também entramos em um acordo com a Sinfônica da Polícia Militar, que tem um calendário intenso, sobre quais peças eles teriam tempo hábil de ensaiar e tocar conosco”, completa.

Viegas, que define as peças como “atemporais”, se lembra da primeira vez em que ouviu Tchaikovski, aos 10 anos. A música era “Concerto para Piano Nº 1”. “Não existe concerto para piano mais impressionante”, diz.

Serviço

Concerto Tchaikovski, nesta quarta (18), às 20h30, no Palácio das Artes (av. Afonso Pena, 1.537, centro). R$ 20 (inteira)

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