No final do ano passado, o escritor José Eduardo Agualusa terminou o livro "Os Vivos e os Outros". Sem imaginar o que aconteceria meses depois, o angolano narrou a história de alguns escritores que ficaram isolados em Moçambique depois de uma tempestade fechar completamente a ilha. Por coincidência do destino, assim como na obra, que estava marcada para ser lançada no último mês, o livro conta o drama dos artistas que ficaram ilhados sem receber qualquer tipo de contato ou notícias.
"Estava esperando o lançamento desse livro que diz muito sobre o momento que estamos vivendo, é como a história do fim do mundo. Guardamos 15 mil exemplares. É um livro que fala sobre como as pessoas se reinventam depois de pensarem que o mundo acabou", conta o escritor.
Agualusa estava no Marrocos participando de um festival literário quando começou o surto de coronavírus. Sem poder voltar para a Angola, que fechou suas fronteiras, o escritor está em Portugal. Repensando “a vida como ela é e como ela será”, o escritor é o convidado de Afonso Borges no #SempreUmPapoEmCasa, nesta quarta-feira (3), às 12h, em live transmitida pelo YouTube.
O bate papo iria ser transmitido nesta terça-feira (2), mas foi adiado devido ao Blackout Tuesday.
O encontro irá trazer à tona as percepções do autor sobre o momento atual e as perspectivas que ele enxerga para o futuro, além de falar sobre sua carreira literária. Agualusa nasceu em Huambo, Angola, em 1960. Estudou silvicultura e agronomia em Lisboa, Portugal. Já teve seus livros traduzidos para 30 idiomas. Publicou, entre outros, "A Sociedade dos Sonhadores Involuntários", "O Vendedor de Passados" e "Teoria Geral do Esquecimento".
"O que mais tem me chamado a atenção é a imprevisibilidade da vida, temos certas e sólidas algumas certezas que estamos vendo desmanchados pelo ar. É angustiante a sensação da subversão. Ao mesmo tempo, a noção das redes sociais nós faz ter encontros com vários pessoas, não tem limite de espaço", avalia.
Para assistir a live, clique aqui