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MC de BH lança 'Aquele Muleke', sobre menino negro que correu atrás dos sonhos

Jefinho revelou que videoclipe é autobiográfico. Produção foi registrada no Aglomerado da Serra, na capital

Por Felipe Pedrosa
Publicado em 02 de junho de 2020 | 19:12
 
 
 
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“Vidas negras importam”. Quando essa máxima ganhou ainda mais visibilidade nas redes sociais, após o assassinato de George Floyd, que foi asfixiado pelo policial Derek Chauvin, em Minnesota, nos Estados Unidos, no dia 25 de maio, MC Jefinho já preparava o lançamento do videoclipe “Aquele Muleke”. Disponibilizado nesta terça-feira (2) nas plataformas online, o vídeo traz à tona a história de um menino negro, morador da periferia e que, apesar das diversas oportunidades de fazer carreira no crime, optou por caminhar contra a corrente e lutar pelo seu sonho.

"Essa é a minha história. Contei ela claramente no vídeo. Eu tive várias opções para seguir, mas escolhi a do trabalho digno e fui em busca do meu sonho: cantar para algumas pessoas”, revela o músico, que sempre transitou entre o rap e o funk, fez parcerias de peso, como a com o músico Buchecha, e tem como missão incentivar a turma da periferia a não fraquejar diante dos percalços.

"O recado que eu sempre deixo para todos os menores que possuem um sonho, assim como o que eu tive, é para que nunca parem de sonhar, foquem no objetivo e não tenham pressa, nem ansiedade. Eles podem ser o que quiserem e conquistar o que quiserem também”, garante Jefferson Sabino, o MC Jefinho.

Curiosamente, o videoclipe de “Aquele Muleke”, gravado no Aglomerado da Serra, em BH, durante a pandemia do novo coronavírus, mas seguindo todas as recomendações de segurança da Organização Mundial de Saúde (OMS), veio à baila no dia em que as redes sociais foram invadidas pela hashtag #BlackoutTuesday, em que anônimos e famosos publicaram uma imagem preta e, basicamente, fizeram silêncio nas plataformas online como ato de protesto contra o racismo. “O lançamento caiu no melhor dia”, destaca MC Jefinho, que salienta: “E nossa proposta é trabalhar sempre com gente pobre, preta e da periferia”.

E a história de Jefinho, que em “Aquele Muleke” começa com ele lavando uma moto para ganhar uns trocados e, no final, dando alguns trocados para que um garoto lave sua motocicleta, já tem sido assistida como um espelho. No começo da noite desta terça-feira (2), o músico recebeu algumas mensagens descritivas, no qual o portal O Tempo teve acesso exclusivo, de pessoas que passaram e que ainda passam pela mesma saga dele. “Tô aqui chorando demais”, revelou o artista, grato pela reverberação positiva com o público e também ao parceiro Diogo Santos, que dirigiu o videoclipe.

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