Costura é elo entre avó e neta
Foi em busca de uma atividade que lhe desse prazer que a jornalista Stefânia Antonaci, 27, redescobriu a costura. “Sempre gostei muito de moda e sempre levava as roupas que comprava a um costureiro para reformar”, conta. Além dessa quedinha pelas compras, o que pesou na escolha do novo hobby foi uma memória do passado, lá da infância. “Minha avó materna costurava. Minha mãe saía para o trabalho o dia inteiro, e eu ficava com a minha avó. Enquanto ela costurava, eu ficava debaixo da mesa de costura dela, atrapalhando”, conta aos risos. Para ela, retomar essa atividade que a avó fazia é uma forma de voltar às suas raízes. A avó de Stefânia tem Alzheimer, mas isso não impede a neta de compartilhar suas conquistas. “Ela já não consegue mais me passar conhecimentos, mas eu faço questão de contar para ela o que estou aprendendo e lembrá-la de quando ela costurava”, conta. (RS)
Tricô, de tradição de família a militância
Clarice Fernandes Rodrigues, 27, é estudante de arquitetura. Mas o que ela ama mesmo fazer é tricô – conhecimento que ela adquiriu com a mãe.
“Ela me ensinou o básico. Com o tempo, eu fui me aprimorando sozinha, pegando coisas na internet”, conta. A diversão virou trabalho, e hoje Clarice ganha dinheiro com as peças que tricota. Também virou militância, pois ela está dedicando seu trabalho de conclusão de curso na faculdade ao tricô de guerrilha. “São grupos que fazem arte urbana com a técnica. Eles decoram uma parte da cidade com peças de tricô”, explica.
Sua tentativa é fazer com que os grupos de tricoteiras de São João del Rei, cidade onde mora e estuda, se apropriem dessa forma do espaço público que percorrem. “Acho que o trabalho manual deveria ser mais valorizado. O tricô de guerrilha é uma forma de alertar para isso e também uma forma de empoderamento da mulher, de mostrar como ela pode se apropriar do espaço, se mostrar nesse espaço e mostrar como ela tem a contribuir com a cidade”, reflete. (RS)
Festa planejada do início ao fim
A empresária Gizele Vieira de Mattos, 47, tem ótimas memórias de suas festas na infância. A mãe era quem organizava tudo, ela ajudava na preparação dos detalhes e curtia a farra dentro de casa. São essas mesmas memórias que ela tenta passar para a filha, Bibiana, 11. Com meses de antecedência, Gizele começa os preparativos junto com a filha.
“No ano passado, ela quis uma festa de dia com futebol de sabão. Aluguei o brinquedo e coloquei no quintal de casa. No ano anterior, tinham sido um tobogã inflável gigante e uma parede de escalada. Eu acho que, fazendo a festa em casa, ela aproveita muito mais do que quando a festa é em um bufê infantil, por exemplo, pois ela se envolve nos preparativos e já começa a curtir antes. E também porque a festa não precisa obrigatoriamente terminar nas quatro horas estabelecidas pelo bufê. Sempre tem aqueles coleguinhas que ficam um pouco mais, tem os que dormem, e a festa vai até o dia seguinte”, comenta. Diversão não falta, nem docinho: “Para uma festa de 50 pessoas, eu faço uns mil doces e já compro os potinhos pra todo mundo levar pra casa”, conta ela.
Gizele espera que a experiência faça Bibi levar adiante essa que já é uma tradição de família. “Acho importante passar para a frente, pois é um momento de cumplicidade entre mãe e filha. Serão as melhores memórias que ela vai levar para a vida toda”, conclui.