IMPACTO

Supermercados de BH e região limitam compra de arroz após chuvas no RS

Clientes podem adquirir, no máximo, cinco pacotes do cereal; Rio Grande do Sul é responsável por 70% da produção no país

Por Shirley Pacelli
Publicado em 08 de maio de 2024 | 12:44
 
 
 
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O Supermercados BH está limitando a compra de arroz em suas unidades em Belo Horizonte e região metropolitana. Placas com o aviso já estão sendo encontradas pelos clientes em diferentes unidades. Cada pessoa pode adquirir, no máximo, cinco pacotes. A restrição vem após as fortes chuvas que atingiram o Rio Grande do Sul, responsável pela produção de 70% de todo o arroz que é consumido no país.

Em uma loja do Supermercados BH da Vila da Serra, em Nova Lima, a prateleira do arroz já estava visivelmente mais vazia. Procurado pela reportagem de O Tempo, o Supermercados BH informou que implementou medidas preventivas para assegurar o suprimento contínuo de arroz, mas garantiu que não vai faltar este item essencial em suas lojas. "A precaução visa desincentivar que o consumidor faça um estoque desnecessário, o que poderia resultar em escassez injustificada do produto", afirmou a empresa, em nota.

Prateleira de arroz em unidade do Supermercados BH no Vila da Serra

Prateleira de arroz em unidade do Supermercados BH no Vila da Serra. Foto: Feliciano Abreu/Mercado Mineiro

O MartMinas também confirmou que está limitando a quantidade de pacotes de arroz que cada cliente pode levar a 5 fardos, o equivalente a 30 pacotes. Em nota, a empresa informou que a medida é temporária e trata-se de um esforço para garantir um equilíbrio no fornecimento de produtos essenciais aos clientes do atacado. 

“Esta medida visa garantir que o fornecimento seja distribuído de forma equitativa, permitindo que todos os nossos clientes possam ter acesso ao arroz necessário para atender às suas demandas”, informou o MartMinas em nota.

A Associação Mineira de Supermercados (Amis) informou que a justificativa das empresas para restringir a quantidade de arroz por cliente é o estado de calamidade pública em decorrência das enchentes sem precedentes vividas pelo RS. 

Segundo a entidade, a medida implementada pelos supermercados são decisões autônomas de cada empresa, com o objetivo de propiciar a todos os consumidores o acesso ao produto. 

“A orientação da Amis aos consumidores é que evitem compras para formar estoques. O aumento anormal da demanda nesse sentido representa desestabilização da cadeia de abastecimento, com o desequilíbrio entre procura e oferta, o que é prejudicial ao próprio consumidor. A entidade informa ainda que o setor supermercadista mineiro está abastecido e com capacidade para atender a toda a população mineira”, destacou a associação em nota. 

A Secretaria de Estado de Agricultura, Pecuária e Abastecimento de Minas (Seapa-MG) informou que, neste momento, não há cenário de desabastecimento de arroz em Minas, em virtude da situação da calamidade no Rio Grande do Sul, responsável pela maior produção do alimento no Brasil.

“Cabe informar que estima-se que cerca de 80% da safra de arroz já foi colhida. Neste cenário, o Governo de Minas, por meio da Secretaria de Estado de Agricultura, Pecuária e Abastecimento de Minas Gerais (Seapa-MG), segue atento às deliberações do Governo Federal sobre o tema”, informou a secretaria em nota.

Nessa terça-feira (7/5), o presidente Lula afirmou que pode ser necessário importar arroz para garantir o abastecimento e preço do produto. Os prejuízos para a agricultura do Estado são de R$ 435 milhões, do total de R$ 4,6 bilhões estimados, segundo um levantamento da Confederação Nacional dos Municípios (CNM)

Até o dia 25 de abril, 78,76% da área total semeada no RS, de 900.203 hectares, já haviam sido colhidos nesta safra de 2023/2024. Segundo a Companhia Nacional de Abastecimento (Conab), as fortes chuvas que atingem o Rio Grande do Sul terão sim impacto na produção agrícola do Estado, mas ainda é precipitado fazer qualquer previsão de quantitativo e de suas influências em relação ao abastecimento e aos preços.

 

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