ROMA, Itália. Além de empolgar os jovens, trazer para o debate assuntos considerados tabus pela instituição e incentivar a punição de lideranças religiosas que cometeram deslizes, o papa Francisco conseguiu o que talvez fosse o seu maior desafio ao assumir o pontificado: estancar a queda no número de católicos praticantes.
Segundo uma pesquisa do sociólogo italiano Massimo Introvigne, que comanda o Centro de Estudos de Novas Religiões (Cesnur, na sigla em italiano), 51% dos 250 padres entrevistados relataram um aumento significativo de público nas igrejas italianas desde a eleição do cardeal argentino, em março.
O fenômeno, que já foi intitulado por especialistas de “Efeito Francisco”, também teve resultados em outros países. No Reino Unido, onde a pesquisa visitou 22 catedrais, 65% dos cardeais entrevistados disseram ter notado um aumento no número de frequentadores.
Dois importantes clérigos da Igreja reconheceram esses avanços alcançados por Francisco. O cardeal Giuseppe Betori, arcebispo de Florença, disse ao jornal britânico “The Guardian” que “muitos estão voltando aos sacramentos, em alguns casos depois de décadas”.
Já o bispo auxiliar de L’Aquila apontou ao jornal italiano “La Stampa” que “Francisco vem fazendo progressos, sobretudo entre aqueles que haviam se distanciado da vida cristã”.
Virtuais. Além dos resultados vistos dentro das paróquias e catedrais, o papa Francisco também foi responsável por uma mudança cultural na forma como a Igreja lidava com as ferramentas digitais. O argentino assumiu o pontificado em março com 2 milhões de seguidores no Twitter, herdados de Bento XVI. No fim de outubro, atingiu a marca de 10 milhões de seguidores na rede social – um aumento de 400% em apenas sete meses. O papa publica, em média, um tweet por dia.