São Paulo. O operador de propinas do PMDB Fernando Falcão Soares, o Fernando Baiano, afirmou em sua delação premiada que dois ex-diretores disseram a ele que o ex-presidente da estatal José Sérgio Gabrielli sabia dos “acertos políticos” fechados para o projeto Revamp (Renovação do Parque de Refino), na Refinaria de Pasadena, nos Estados Unidos, que teria envolvido o adiantamento de propinas para políticos.
“(Renato) Duque comentou assim como Nestor Cerveró, que Gabrielli tinha conhecimento também do projeto da Revamp e dos “acertos” políticos”, disse Fernando Baiano, à Procuradoria Geral da República.
“Questionado qual seria o ‘acerto político’, ouviu dizer que na Revamp o PP e o PT receberiam um valor considerável de propina”, registra a força-tarefa da Lava Jato.
“Quem pagaria tais valores seriam as empresas que fariam a Revamp”, explica Baiano. Ele citou a Odebrecht e a UTC entre as supostas empresas envolvidas, ao ser questionado pela força-tarefa.
O depoimento é convergente com os termos do novo delator, o engenheiro Agosthilde Mônaco de Carvalho que declarou à força-tarefa que Cerveró lhe disse que a compra da refinaria de Pasadena poderia “honrar compromissos políticos” de Gabrielli. O ex-presidente da estatal refuta as declarações.