A rotina do novo diretor-presidente da Companhia de Gás de Minas Gerais (Gasmig), Eduardo Lima Andrade Ferreira, 33, não tem sido nada fácil. “Passei o Carnaval lendo os contratos que a empresa tem com a Petrobras”, conta o engenheiro civil, mineiro de Belo Horizonte, que tem a média de quatro reuniões por dia. Tanto esforço do executivo é para que a Gasmig seja reconhecida, no governo Fernando Pimentel, como uma empresa que expandiu a oferta de gás natural em todos os segmentos – desde o residencial até o industrial. “O gás natural precisa ser universalizado em Minas Gerais. Vamos trabalhar muito para massificar a oferta do insumo para expandir nossa malha de distribuição em BH e outras cidades”, anuncia. Para isso, Ferreira está reestruturando o plano estratégico.
Com três bairros gaseificados na capital – Lourdes, Santo Agostinho e uma parcela do Buritis – até setembro deste ano, o processo será concluído nos bairros Funcionários, Cruzeiro, Carmo, Sion, Anchieta, outra parcela do Buritis e Vila da Serra (Nova Lima). “E, numa segunda etapa, até o fim de 2017, vamos ampliar essa oferta para os bairros Gutierrez, Nova Suiça, Prado, Floresta e alguns bairros das zonas Oeste e Norte”, enumera.
A Gasmig também vai ampliar a malha de distribuição em municípios do interior do Estado que já são atendidos – Juiz de Fora, Ipatinga e Contagem, na Grande BH. Atualmente, a malha é de 933 km já executados, ela será aumentada em 250 km até 2017, além de gasodutos para outras regiões do Estado.
Com volume comercializado de 4,4 milhões de m³ por dia, Ferreira pretende ampliá-lo para o patamar de 6,5 milhões m³ até 2017. O orçamento para o plano de ampliação da malha da Gasmig é de R$ 110 milhões. “Este ano vai ser de reestruturação para a gente”, avisa Ferreira. Tudo para o gás agregar competitividade ao consumo industrial em Minas, que tem 300 grandes clientes, e “oferecer a nossa população um insumo energético mais barato”.
Herança. De acordo com Ferreira, a Gasmig iniciou em 2012, no governo passado, um plano de expansão da malha de distribuição de gás natural em BH. “Mas não foi adotada a estratégia comercial correta para captação desses clientes. Assumimos com 1.890 clientes em Minas Gerais, mas nosso plano de expansão prevê 80 mil clientes até 2018”.
Para trazer o consumidor para a carteira de clientes da empresa, Ferreira está criando critérios de atratividade comercial para a captação. “Vamos colocar duas licitações no mercado para selecionar empresas especializadas que façam o processo tanto de captação como de ligação de clientes”. Um termo de referência está em formação para preparar o edital que será lançado ainda neste semestre.
Com dois meses à frente da Gasmig, Ferreira já registra cerca de 2.500 clientes no Estado. “A Gasmig tardou em partir para um mercado de pequenos consumidores”, diz. Agora, a realidade parece ser outra.
Economia
Vantagem. O gás é um insumo menos poluente que outras matrizes energéticas. E se o consumidor médio substituir o chuveiro elétrico por aquecimento a gás reduz em até 50% a conta de luz.
“A empresa que faz a captação de clientes tem problema estrutural sem soldador qualificado para fazer solda em PAD (material do tubo de distribuição).”
“O processo de tentativa de privatização da Gasmig fez um ambiente de instabilidade em que funcionários concursados se demitiram da empresa e foram para o mercado.”