A pitaia (também chamada de fruta-do-dragão, graças a seus gomos escamosos) tem despertado a curiosidade de quem frequenta os hortifrútis por sua aparência exótica e pouco familiar aos brasileiros. Derivada da florescência de algumas espécies de cactos, tem casca escamosa, polpa firme e muitas sementes. Hit deste verão, traz o sabor suave, comparado ao do kiwi e ao do melão, e conta com muitos benefícios para quem a consome: auxilia na perda de peso, diminui o colesterol ruim e ajuda no bom funcionamento do intestino, devido às suas fibras.
Nativa da América Central e do México, a pitaia encontrou solo fértil também no Brasil (é muito consumida no Nordeste, principalmente em Pernambuco). A fruta possui três variações: a vermelha, que é rosa avermelhada por dentro e por fora; a amarela, com casca amarela e branca por dentro; e a branca, que tem casca rosa e é branca por dentro.
Aos poucos, a pitaia vai ganhando espaço na gastronomia, como quem não quer nada, conquistando gradativamente o paladar mineiro, com um toque de Cerrado. Tem sido utilizada como matéria-prima de doces, geleias, iogurtes, sorvetes, tortas e ainda cai bem como acompanhamento na salada.
No restaurante Paradiso, no bairro Santo Antônio, por exemplo, a fruta exótica e sazonal virou, recentemente, drink. O proprietário, Ilton Rocha, acredita que o visual da iguaria atrai os clientes. “O grande atrativo da pitaia é mesmo sua aparência. Em alguns países orientais, ela é conhecida como fruta-do-dragão, por ter a casca escamada e de um vermelho bem vivo, que usamos para decorar a taça do drink. Já a polpa, maceramos com vodca ou saquê. Escolhemos essas opções de bebidas porque, se utilizássemos a cachaça, por exemplo, o sabor da pitaia, que é mais sutil, se perderia”, explica Rocha.
Outro motivo para só começar a venda do drink de pitaia neste ano é o preço. “Por ser uma fruta exótica, ela ainda não é muito cultivada no Brasil. Assim, é necessário importar de países como o México ou a Colômbia. Agora é que está começando a produção no interior de São Paulo, o que pode baratear um pouco mais o preço. Mas, só para você ter uma ideia, o quilo da fruta na última vez que comprei custava em torno de R$ 50”, conta.
O sabor da pitaia, segundo Ilton, é “um docinho meio aguado”, algo que pode lembrar um pouco o sabor do kiwi. Isso tratando-se da fruta mais comumente encontrada, a de polpa branca. Já a pitaia que tem a polpa mais avermelhada traz o sabor mais marcante, porém, por ser mais cara, ainda não tem grande procura no Brasil.
No Açaí Concept, inaugurado há apenas um mês no Mangabeiras, o creme de pitaia já é sucesso. Ele pode ser combinado com o creme de açaí ou consumido puro. “O pessoal tem gostado bastante. É claro que o creme de açaí é o preferido, mas sugerimos combinar os dois também. Por ter um sabor levemente cítrico, a pitaia dá uma quebrada no peso do creme de açaí e ajuda a intercalar os sabores”, explica Bernardo Senra, dono da franquia.
Em saladas, vai bem com rúcula e muçarela de búfala
Um uso peculiar da pitaia é em pratos salgados, como saladas. Ainda pouco utilizada em Belo Horizonte, a fruta é mais fácil de ser encontrada entre os meses de novembro e abril, época de sua colheita. E é neste período que o Sanville Grill, no bairro União, disponibiliza a frutinha em seu bufê, tanto a espécie de polpa branca como a de polpa avermelhada.
Sendo assim, o cliente tem a opção de consumir a fruta in natura ou na salada. O chef do estabelecimento, Cláudio Santiago, recomenda a iguaria para deixar a salada ainda mais saudável e refrescante. “Nosso cliente tem gostado bastante dela. A pitaia vai muito bem com rúcula e com muçarela de búfala, além de ter muito ferro, proteína e fibra. Por ser uma fruta com muita água, ela ainda dá esse toque de refrescância à salada”, explica. O Sanville também está oferecendo uma sobremesa à base de iogurte e pitaia, para ofertar a fruta também em uma combinação mais doce.