Em reunião com amigos próximos e aliados na última quinta-feira, em um sítio da família na cidade de São João del Rei, o senador Aécio Neves (PSDB-MG) anunciou que não concorrerá à reeleição no Senado e disputará uma vaga na Câmara Federal nas eleições deste ano.
Segundo fontes que estavam no local, Aécio marcou o encontro após ser constantemente questionado e pressionado por esses interlocutores. Antes principal nome do PSDB mineiro, o tucano viu sua popularidade ser minada depois de ser gravado pedindo R$ 2 milhões ao empresário Joesley Batista. 
A ideia do tucano, inicialmente, é se eleger deputado federal e, em fevereiro de 2019, disputar a presidência da Câmara. Aliados, no entanto, duvidam que ele ainda consiga uma mobilização relevante para alcançar o cargo de chefe da Casa.
Em Minas, aliados que já iniciaram pré-campanha evitam até mesmo citar o nome do senador durante agendas. “Ninguém fala de Aécio em evento algum, virou um assunto complicado”, conta uma liderança aliada do PSDB.
Quando procurado pela coluna, a assessoria do tucano negou a presença do senador no sítio em questão. “O senador Aécio Neves tem recebido muitos amigos e lideranças políticas nos últimos dias, mas não esteve em nenhum sítio em São João del Rei”, diz. Ao ser perguntada sobre o futuro político do senador, a assessoria declarou que o tucano não chegou a uma conclusão: “O senador ainda não tomou nenhuma decisão acerca de seu futuro político”. 
Os assessores ainda afirmaram que a deliberação da vida política de Aécio poderá acontecer no prazo de uma semana, em conjunto com os parlamentares do PSDB e o pré-candidato da sigla ao Palácio da Liberdade, o senador Antonio Anastasia. 
Aliás, a conversa com Anastasia deve ser crucial para a definição. Como O TEMPO noticiou em março, ele aceitou disputar novamente o governo do Estado com a condição de que Aécio não tentasse a reeleição e que o comando da campanha ficasse em sua mão.
Na época, Anastasia estava resistente em disputar novamente o governo, mas sofreu pressão dos parlamentares do PSDB e de partidos que participaram de sua gestão e de Aécio no Estado para concorrer novamente. Ele era apontado, naquele momento, como o único nome que poderia aglutinar todas as forças novamente. Outro argumento utilizado para convencer o senador foi o fato de que o partido poderia se enfraquecer ainda mais sem uma candidatura competitiva em 2018, sobretudo por ter sido derrotado em 2014.
Além disso, o pré-candidato tucano à Presidência, Geraldo Alckmin, pediu que o senador concorresse para lhe garantir um palanque forte no segundo maior colégio eleitoral do país.(Lucas Ragazzi/com colaboração de Pedro Castro)