Corrupção desviou R$ 76,6 milhões em Minas Gerais nos últimos quatro anos
É praticamente impossível dimensionar o total de recursos públicos desviados em “pequenas” fraudes e corrupção no país. Além disso, em tempos de grandes operações, como a Lava Jato, que apura desvios de R$ 13,8 bilhões na Petrobras, ou a Greenfield, que dá conta de uma fraude de R$ 53,8 bilhões em fundos de pensões, casos em municípios por todo o Brasil podem parecer pequenos. Para a rotina de cidades com recursos à míngua, porém, o efeito costuma ser doloroso.
Só nos últimos quatro anos, Minas teve prejuízos de pelo menos R$ 76,6 milhões de recursos públicos desviados em esquemas de fraudes que foram descobertos pelos órgãos de controle. O rombo pode ser ainda maior, já que as investigações costumam ser feitas por amostragem.
De acordo com levantamento realizado pela Controladoria Geral da União (CGU), pela Polícia Federal (PF), e pelo Ministério Público (MP), neste ano, até o mês passado, escorreram pelo ralo R$ 891 mil. O valor foi apurado em uma única operação realizada pelos órgãos no Estado. Os desvios ocorreram no Programa Nacional de Habitação Rural – Minha Casa Minha Vida, em Lajinha, no Leste do Estado. As irregularidades foram encontradas na escolha dos beneficiários, na cobrança de taxas ilegais, e até na compra de materiais de construção, que eram fornecidos por empresas do grupo, registradas em nomes de laranjas, por preço acima do mercado.
Em 2016, o prejuízo detectado pelos órgãos de controle em cinco operações foi de R$ 8,7 milhões.
Minas é o oitavo Estado com mais operações no país desde 2003: 14 ações. O rombo no Estado representa 5% de todos os desvios no país.
No Brasil, o prejuízo descoberto e investigado pelas autoridades nos últimos três anos ultrapassa R$ 10 bilhões. De 370 operações contra fraudes e corrupção realizadas pela CGU, pela PF e pelo MP, entre março de 2014 e março de 2017, o maior número ocorreu no Nordeste, seguido pelas regiões Norte e Centro-Oeste.
O rombo nos cofres públicos poderia ser ainda maior. Nesse mesmo período, operações conseguiram estancar fraudes que produziriam um prejuízo estimado em R$ 12,7 bilhões.
Segundo um cálculo da Organização das Nações Unidas (ONU), o Brasil perde cerca de R$ 200 bilhões com esquemas de corrupção por ano. (Letícia Fontes)
R$ 400 mi
É o valor pago até setembro com honorários de sucumbência a servidores da Advocacia Geral da União. Os honorários de sucumbência são pagos pelas partes vencidas em processos judiciais. No caso dos processos em que a AGU era parte, esse dinheiro ia para os cofres públicos. Agora vai para os servidores.
De jogador a presidente
Eleitos melhores jogadores do mundo em 1994 e 1995, respectivamente, Romário e George Weah guardam semelhanças que vão além do futebol. Ambos agora fazem história na política. Mas o liberiano parece ter passado à frente do brasileiro. Depois de três tentativas, Weah venceu as primeiras eleições presidenciais democráticas da Libéria em 73 anos e, de quebra, se tornou o primeiro jogador de futebol a assumir o cargo de presidente de um país. Assim como ele, Romário, senador pelo Podemos (ex-PTN), também quer alçar voos mais altos e já se coloca como pré-candidato ao governo do Rio de Janeiro. Em recentes pesquisas de opinião, o “Baixinho” aparece em segundo lugar na preferência do eleitor fluminense, só perdendo para o atual prefeito do Rio, Marcelo Crivella. Como parlamentar, Romário tem atuado em causas ligadas a Portadores de Síndrome de Down e teve forte participação na CPI do futebol.
Tucano bicudo
Sem ser convidado, o deputado federal Domingos Sávio, presidente estadual do PSDB, apareceu em um jantar oferecido a João Doria (PSDB), durante a passagem do prefeito de São Paulo por Belo Horizonte, em setembro. A informação foi passada à coluna por um interlocutor tucano. A situação de Domingos Sávio dentro da legenda, aliás, tem causado desconforto em parte dos correligionários. Uma fonte ligada ao partido afirmou que Sávio irritou alguns tucanos ao não defender o senador Aécio Neves, alvo da operação Patmos, em declarações dadas à imprensa. Na época, o líder chegou a dizer que o partido ficou “aflito” com a prisão de Andrea Neves, irmã de Aécio, mas que a legenda tinha que “seguir em frente”. Agora, uma ala tucana defende que o Domingos Sávio deixe a presidência do partido para que assuma em seu lugar o também deputado Paulo Abi-Ackel.
Protesto. Outdoors de apoio ao deputado federal Jair Bolsonaro (PSC), pré-candidato a presidente da República nas eleições de 2018, têm se espalhado por todo o país. A reação dos opositores acontece na mesma proporção. No Rio de Janeiro, no bairro Olaria, próximo ao Complexo do Alemão, uma propaganda enaltecendo o patriotismo de Bolsonaro durou menos de 24 horas. O outdoor amanheceu manchado de tinta vermelha e pichado com os dizeres: “Ditadura nunca mais”. Em Juazeiro do Norte, na Bahia, outro cartaz em homenagem ao deputado foi pichado por grupos de esquerda. Um dos responsáveis pela confecção da placa afirmou que a pichação “é fruto do medo da esquerda em perder o poder, e o medo da vitória em primeiro turno de Bolsonaro”. O deputado figura entre os três primeiros lugares nas pesquisas de intenção de voto.
“Há lugar para todos na democracia. O que não se pode é ter um projeto de país fundado na desonestidade, no achaque, no desvio de dinheiro público.”
Luís Roberto Barroso
Ministro do Supremo
Senadores articulam votação secreta em caso de Aécio Neves 
