Eleições em BH: Áurea quer fortalecer atenção básica à saúde no pós-pandemia

O cenário do sistema de saúde em Belo Horizonte após o fim da pandemia de coronavírus precisará ser modificado, priorizando a atenção básica nas comunidades mais vulneráveis. Essa é a alternativa defendida pela deputada federal Áurea Carolina (PSOL), candidata à prefeitura da capital, e que deve ser o foco na área de saúde pública em uma eventual gestão sua. Na avaliação da candidata, a pandemia evidenciou as desigualdades já existentes na cidade do ponto de vista de acesso ao sistema.

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“Nós vimos que a pandemia evidenciou desigualdades que são históricas na nossa cidade e no Brasil. As pessoas que mais sofreram e que mais ficaram expostas ao risco de contaminação e de morrer pela Covid-19 foram as pessoas pobres, que vivem nas periferias, as pessoas negras”, elenca, ressaltando que a prevenção junto a esses públicos específicos vai ajudar para que doenças simples sejam tratadas de imediato, sem sobrecarregar as redes de média e alta complexidade da capital.

Nesse cenário, a deputada também defende o fortalecimento do atendimento materno, resgatando uma demanda antiga da cidade. Trata-se da abertura da maternidade Leonina Leonor Ribeiro, na região de Venda Nova. O equipamento está pronto desde 2009, mas até o momento não foi aberto ao público. Embora defenda o funcionamento da estrutura, Áurea não estabeleceu uma data, afirmando que é preciso realizar estudos.

“É necessário analisar junto com o Conselho Municipal de Saúde e numa escuta com a população e com os segmentos que têm acompanhado essa luta pela abertura da maternidade quais seriam os próximos passos. Não só a questão dos investimentos para a abertura, mas também o cronograma possível”, diz a candidata. No ano passado, a atual gestão estimou que a abertura do equipamento custaria R$ 5 milhões aos cofres públicos, quantia que, segundo as informações repassadas, a PBH não dispunha.

Concursos

Outro ponto defendido pela candidata em seu plano de governo e que precisará ser analisado junto ao Conselho Municipal de Saúde é a realização de concursos para a área da saúde. As novas contratações são elencadas por Áurea como uma das diretrizes de valorização dos profissionais que atuam na área.

“(É preciso) fazer um diagnóstico de quais carreiras estão deficitárias hoje. Por exemplo, em relação às equipes de saúde da família, qual o do déficit, quanto precisamos incrementar de contratações”, reforça a candidata, afirmando que a partir daí é que se pode fazer um estudo mais aprofundado para a realização dos novos certames. “Em cima disso, tendo fundamentação técnica e participativa com o Conselho Municipal de Saúde e com os setores especializados, podemos traçar essa entrega para a população assim que assumirmos a prefeitura”, complementa.

Ainda na saúde, Áurea também defende diretrizes que levem em consideração populações específicas, como negros, idosos, população LGBTI, indígenas, quilombolas entre outros. Na prática, a candidata ressalta que é o diálogo junto a esses grupos que vai basear as políticas a serem adotadas em uma possível gestão sua. “A prefeitura precisa ter uma escuta permanente porque as urgências e as demandas desses públicos quem pode trazer melhor são eles próprios”.