Estratégias
João Vítor aposta em diferenciação para conquistar eleitores de direita
Candidato defende pautas consideradas mais conservadoras, se coloca contra a discussão da identidade de gênero nas escolas, mas diz que em um eventual governo seu vai dialogar com todos os setores da sociedade
13/10/20 - 18h30
Com uma candidatura que se aproxima dos eleitores de direita em Belo Horizonte, o deputado estadual João Vítor Xavier (Cidadania), que disputa a prefeitura da capital, aposta na apresentação de suas propostas e no plano de governo para se diferenciar dos demais adversários que também estão posicionados nesse campo político. O parlamentar, que se considera liberal na economia e conservador nos costumes, pretende adotar essa estratégia para conquistar o eleitorado de direita na capital.
Segundo pesquisa Datatempo/Quaest divulgada na semana passada, 40% dos eleitores da capital se consideram de direita. “Acho que não é essa questão de ser mais de direita, de ser menos de direita, de ser ou não da direita que vai diferenciar. Acho que estamos colocados num campo ideológico. E a partir daí o que vai diferenciar é a capacidade de propostas, de gestão, de estruturar um bom governo. Primeiro, nós nos separamos de um lado e do outro está o Kalil, com a esquerda”, disse, afirmando que o atual prefeito conta com o apoio de siglas como o PSOL, o PT e a Rede Sustentabilidade.
Outra estratégia, segundo João Vítor, é “mostrar que o governo que está aí optou por governar com a esquerda, com o PT, com a Rede, o PSOL, o PCdoB”, disse, afirmando que as siglas fazem parte da atual gestão. Embora a Rede faça parte da gestão, com o vice-prefeito Paulo Lamac, e apoie a reeleição de Kalil, o PSOL e o PT possuem candidaturas próprias à capital mineira. O mesmo acontece com outras siglas de esquerda, como PSTU, PCdoB e PCO.
“Eu tenho dito claramente o que eu penso, qual a cidade que eu penso, qual o viés de cidade que acredito, quais são meus valores pessoais, ideológicos e políticos, acreditando que o cidadão de Belo Horizonte, nos conhecendo, optará pela nossa candidatura”, afirmou João Vítor.
Pautas conservadoras. Nesse cenário, o parlamentar já adianta que em algumas discussões pensa de forma diferente da esquerda em Belo Horizonte. É o caso, por exemplo, das discussões em torno da identidade de gênero. “Vamos pegar a questão da discussão da ‘ideologia de gênero’ dentro da escola. Acho que menino tem que estudar português, matemática, física, química, biologia, e que tem uma parte da educação que tem que ser dada pela família de acordo com seus valores e princípios filosóficos, religiosos, de cidadania”, defende, afirmando que isso não impede que os estudantes tenham conhecimentos acerca do corpo humano e da sexualidade por meio das aulas de biologia. “Eu tive aula, você deve ter tido, e eu nunca vi polêmica na discussão”.
Embora defenda pautas consideradas mais conservadoras, João Vítor afirmou que seu posicionamento não impedirá o diálogo com setores mais progressistas. “Quando a gente faz um trabalho sério, correto, as pessoas acreditam. E essa é a minha marca na minha vida toda. Eu sempre tive uma postura correta, íntegra e decente. E, mesmo discordando ideologicamente de alguns pontos, é possível sentar, dialogar e mostrar o seu caminho, aquilo em que você acredita”.