Saúde

Aparelho examina retina utilizando um smartphone 

Protótipo criado por ex-alunos da USP vai à final de competição realizada na Alemanha


Publicado em 15 de outubro de 2016 | 03:00
 
 
 
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SÃO PAULO. O protótipo de um equipamento que faz exames de retina usando um smartphone vai representar o Brasil em uma competição internacional de inovação realizada no próximo mês na Alemanha. O aparelho, batizado como Smart Retinal Camera (SRC), foi desenvolvido por três ex-alunos da Universidade de São Paulo (USP) em São Carlos e é uma versão portátil do retinógrafo, aparelho que permite observar e registrar imagens da retina.

“Nosso objetivo é ajudar comunidades carentes. Algumas cidades mais pobres nem têm oftalmologistas, e um equipamento de mesa custa de US$ 70 mil a US$ 80 mil (R$ 256 mil). O que a gente espera é que ele tenha um custo dez vezes menor do que o equipamento padrão”, diz o engenheiro de computação José Augusto Stuchi, um dos criadores do projeto.

Ele também é cofundador e engenheiro da Phelcom, startup criada pelo grupo para desenvolver o protótipo, que foi financiado pelo Programa Pesquisa Inovativa em Pequenas Empresas (PIPE) da Fundação de Amparo à Pesquisa do Estado de São Paulo (Fapesp).

Stuchi conta que o projeto teve início há dois anos e que um olho mecânico foi utilizado para fazer os testes.

“Com esse equipamento, um operador pode fazer o exame. As imagens serão capturadas pelo celular e enviadas para a nuvem para análise de um médico por meio de telemedicina. Com ele, é possível ver o fundo de olho e examinar pacientes com diabetes, pessoas que podem desenvolver glaucoma, retinopatia e degeneração macular relacionada à idade. Todos os problemas de retina podem ser detectados com esse retinógrafo”, explica o pesquisador.

Para os testes em seres humanos, o grupo está verificando a possibilidade de fazer em universidades ou solicitar uma autorização para a Agência Nacional de Vigilância Sanitária (Anvisa). A expectativa é que, até 2018, o aparelho já esteja no mercado.

Competição. No mês passado, os ex-alunos participaram da edição nacional do Falling Walls Lab, competição de soluções inovadoras que podem contribuir para a sociedade nas mais diversas áreas. Ao todo, concorreram 94 projetos.

Na final, que será realizada nos dias 8 e 9 de novembro na Alemanha, eles terão de enfrentar 99 concorrentes de várias partes do mundo. “Estamos desenvolvendo um projeto técnico, mas, por trás do equipamento, tem o sonho de cumprir nossa missão, que é contribuir com inovação para melhorar a saúde e a vida das pessoas”, afirmou Stuchi.

Flash

Dado. Mais de 35 milhões de pessoas sofrem com algum problema de visão – quase 19% da população do país.

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