O Jeep Renegade foi um dos lançamentos mais aguardados do ano. E, justamente, em um segmento que recebeu muitas novidades, o de utilitários-esportivos (SUVs) compactos. Como um diferencial frente aos concorrentes – que oferecem SUVs para territórios urbanos –, o Renegade se sobressai na terra, seguindo a tradição da marca norte-americana em fazer veículos com real capacidade off-road.
Para tirar a prova dos nove, o Carro&Cia convidou o jipeiro Luiz Antônio Fontes, com mais de 40 anos de experiência em trilhas, para saber se o modelo realmente tem o DNA lameiro da Jeep em trilhas na região de Nova Lima. De cara, Fontes estranhou o fato de a versão avaliada – Longitude com motor diesel de 170 cv – não ser equipada com câmbio manual (ela tem transmissão automática de nove marchas). “Às vezes, a gente precisa dar uma queimada de embreagem, para arrancar com mais força. Dar ‘um pulo’. O automático não permite isso”, explicou Fontes, que logo se adaptou à situação, deixando o giro do motor subir acelerando enquanto freava ao mesmo tempo.
Veja o Renegade em ação e as impressões do jipeiro
Outro problema que o Renegade enfrentou foi a baixa altura livre em relação ao solo. Como o compromisso do modelo é maior com o asfalto do que com as trilhas, em muitos momentos ele raspava a frente ou até mesmo a parte do meio em algumas erosões. Apesar disso, o jipeiro elogiou os ângulos de entrada e saída do modelo.
Mais ambientado ao carro, Luiz Fontes logo percebeu que, no caso do Renegade, a eletrônica trabalha junto e pode ser mais útil do que a força para vencer trechos mais complicados, no caso, uma subida com erosão e alguma lama. “Eu mantive a mesma rotação e sentia que ele ia agarrando no terreno. É uma tocada mais suave. Deixamos o carro fazer o off-road”, disse, surpreendido. O modelo oferece o Select Terrain, com quatro modos de condução predefinidos na versão Longitude, além da possibilidade de “travar” a tração em 50% para cada eixo e a reduzida com relação de 20:1, todas com acionamento por meio de teclas no console central
Veredito
No fim, o Jeep Renegade foi aprovado pelo experiente jipeiro. “Ao mesmo tempo que ele é um carro de cidade, tem um desempenho fora de estrada impressionante para a categoria dele”, sentenciou.
Eficiente na cidade
Além da capacidade fora de estrada, o Jeep Renegade também se destaca na categoria em outro quesito: o acabamento. O painel é todo em material emborrachado, assim como parte das portas. Há ainda, na unidade avaliada, couro nos bancos.
Todos os cinco ocupantes têm encosto de cabeça e cinto de segurança de três pontos, mas o espaço é bom para apenas quatro. Aliás, a capacidade do porta-malas é o ponto fraco do Renegade: são apenas 260 l.
A força do motor turbodiesel garantiu boa desenvoltura ao modelo na cidade, principalmente graças ao bom torque. Além do vigor nas arrancadas, essa característica, junto com o câmbio automático de nove marchas, assegura um baixo nível de ruído a bordo, pois o propulsor está sempre trabalhando em regimes baixos de rotação.
A unidade avaliada era a intermediária Longitude Multijet, que tem preço a partir de R$ 109,9 mil. Há os pacotes Luxo (bancos revestidos parcialmente em couro e rodas de 18” por R$ 4.000) e Segurança (airbags laterais, de cortina e monitoramento de pressão do pneu por R$ 4.000), teto solar panorâmico (R$ 7.650) e o Tecnologia 2 (com sistema de som Beats, painel de instrumentos com tela TFT e banco do motorista elétrico, entre outros por R$ 16,5 mil). Com eles, o valor pode chegar a R$ 142.050
Ficha técnica
Motor: Dianteiro, 1.956 cm³ transversal, 4 cilindros em linha, 16V, comando simples, turbo, injeção direta, diesel
Potência: 170 cv a 3.750 rpm
Torque: 35,7 kgfm a 1.750 rpm
Transmissão: Automática de nove marchas