A cada exibição de novos conceitos de motocicletas, há destaque para os modelos com visual customizado ou conjunto mecânico mais tecnológico. Os holofotes voltam-se ainda mais para os que conseguem aliar os dois. Criada a partir do projeto Yard Built – “construção no quintal” – a Yamaha apresentou duas versões da esportiva XJR 1300 durante o Salão de Colônia, na Alemanha, em outubro passado. Ambas unem desempenho moderno e visual retrô.
Baseada na tendência vintage, que tem como princípio as linhas de design dos anos 60 e 70, a Yamaha XJR 1300 manteve-se fiel ao seu estilo naked, com o mínimo de carenagem e elementos visuais possíveis, para deixar à mostra o conjunto mecânico. A moto sofreu pequenas atualizações em seu estilo, e o tanque de combustível, que antes comportava 21 l, teve capacidade reduzida para 14,5 l, buscando ampliar o conforto do piloto ao melhorar o encaixe das pernas. No conjunto mecânico, a suspensão dianteira é composta com garfo DLC – Diamond Like Carbon, que utiliza algumas propriedades químicas e físicas de diamante para maior resistência – e a traseira bichoque, com amortecedores Ohlins reguláveis. Há também um novo sistema de escapamento 4-2-1 em preto fosco, guidão em alumínio e novo painel de instrumentos, que exibe velocímetro e conta-giros em relógios de desenhos clássicos. No centro há um display de LEDs e várias luzes espia com informações relacionadas ao motor e à moto. Nessa variante, custa 10.390 Euros, algo em torno de R$ 36 mil.
Já a outra versão, a XJR 1300 Racer, segue a moda café racer e tem design inspirado nos modelos de competições antigos. Nesta versão, o modelo segue os mesmo padrões mecânicos e estéticos da configuração naked, porém conta com alguns itens diferenciados. A Yamaha cobra 11.590 Euros pela configuração Racer da XJR 1300, valor que equivale a cerca de R$ 39 mil.
Mecânica Ambas as versões contam com o mesmo propulsor. A Yamaha XJR 1300 e sua variante Racer são equipadas com o motor Dohc, de quatro cilindros em linha, 16 válvulas e 1.251 cm³, equipado com injeção direta de combustível e refrigerado a ar, capaz de produzir de 98 cv de potência a 8.000 rpm e torque máximo de 11,1 kgfm a 6.000 rpm. O câmbio é manual de cinco marchas com transmissão por corrente.
Dinâmica Ao subir na XJR 1300, há um pouco de trepidação, pois a moto não é tão pequena quanto aparente ser à primeira vista. A posição de dirigir é extremamente confortável devido à localização do guidão e das pedaleiras, além do tanque estreito. Ao virar a chave, é possível perceber o rugido do passado, que surge como se fosse de maneira suave e de longa distância, permitindo abrir um sorriso sob o capacete.
O chassi é muito estável, e o torque, poderoso. A ausência de qualquer controle eletrônico torna-se uma escolha valiosa, embora em alguns momentos seja possível sentir a falta do freio ABS. Para suprir a ausência do equipamento, os engenheiros japoneses da Yamaha escolheram um disco duplo de 298 mm na parte dianteira e um simples de 267 mm para a parte traseira. O conjunto é potente e proporciona frenagens suaves, o que reduz os riscos de travamento das rodas.
A moto funciona muito bem durante longos períodos, sem apresentar qualquer tipo de cansaço a quem a conduz. O único ressentimento fica por conta dos faróis e quadro de instrumentos, que quebram um pouco a imagem de beleza. A moto demonstra um compromisso mais alegre, e suas características, de fato, exigem um piloto experiente.
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