Os hábitos de consumo, as preferências e os comportamentos dos brasileiros têm mudado muito, principalmente quando esses costumes passaram a ocupar outros espaços, como as telas dos smartphones. É diante desses aparelhos que homens e mulheres revelam interesses divergentes e curiosos: enquanto elas se divertem mais jogando, eles passam mais tempo fazendo compras por aplicativos.
As combinações de três ou mais frutas e legumes para impedir que o Guaxinim Rançoso destrua as plantações no jogo “Farm Heroes” prendeu a militar Renata Barboza Coelho, 29. Há quatro anos ela se diverte com o game usando um aplicativo próprio para seu smartphone. “O que me atrai nesse tipo de jogo é a diversão mesmo, para passar o tempo. Mas nunca cheguei a fazer compras dentro do aplicativo, não”, diz.
A prática de jogar em plataformas móveis, de acordo com a pesquisa “Panorama Mobile Time/Opinion Box – Uso de Apps no Brasil”, é comum não só a Renata, mas também a 66,5% dos entrevistados. O índice, porém, é maior entre as mulheres: 69,5%, contra 63,6% dos homens.
Além disso, a proporção de jogadores é maior entre os mais jovens: 72,8% na faixa entre 18 e 29 anos; 67,2%, entre 30 e 39 anos; e 47,1%, entre aqueles com mais de 50 anos.
Nesse ambiente, um jogo se destaca. O “Candy Crush” está há quatro anos no mercado brasileiro e é o preferido de 15% dos entrevistados que costumam jogar no celular. A segunda posição é ocupada pelo “Farm Heroes”, citado por apenas 3,1% dos usuários de celular.
Durante as 1.958 entrevistas online, feitas com pessoas acima de 18 anos que acessam a internet e possuem smartphones, também foram abordadas questões sobre o hábito de comprar um aplicativo móvel para o smartphone. Nesse quesito, 22% dos homens disseram já ter pagado por um app alguma vez, contra apenas 13,2% das mulheres. Já no caso das compras “in-app”, ou seja, de bens virtuais dentro de aplicativos móveis, 46,2% dos homens disseram já terem gastado dinheiro, contra 43,8% delas.
O dentista Felipe Franco, 28, nunca se arrependeu de nenhuma das compras de passagens aéreas e reservas de hotéis que fez pelo celular. “Para mim, foi muito fácil e seguro. Compraria de novo, sem dúvida”, garante.
Diferenças. Na avaliação do cofundador do Opinion Box Felipe Schepers, os jogos atraem mais as mulheres por terem um visual mais feminino. Por outro lado, em relação aos hábitos de compra, ele acredita que isso ainda é balizado pelas diferenças de gênero que impactam o poder de consumo entre os sexos.
“Em relação às compras nos apps, elas talvez sejam o reflexo da sociedade. O potencial de consumo continua sendo mais masculino, mas com as mulheres cada vez mais dominando o mercado de trabalho, e a sociedade se tornando mais igualitária, isso tende a se equilibrar, e os dois vão crescer na mesma proporção”, acredita.
Para Schepers, “pulverização” é a palavra que melhor define a relação dos brasileiros com seus aparelhos atualmente. “As pessoas estão mais dispostas a conhecer outros aplicativos e em contratar serviços de backup. A expectativa do mercado mobile para a compra tem um potencial gigantesco”, afirma.
Jogos populares
Os mais baixados em 2016:
1° Piano Tiles 2
2° Candy Crush Jelly
3° Color Switch
4° Clash Royale
5° Subway Surfers
6° Traffic Rider
7° Clash of Clans
8° My Talking Tom
9° Candy Crush Saga
10° Temple Run 2
Números: Na Google Play Store foram baixados 4,7 bilhões de jogos, e na App Store 1,95 bilhão segundo dados da Sensor Tower.