Se você já se maquiou usando a técnica do contorno facial, tirou selfies com o celular como se não houvesse amanhã, usou biquíni asa-delta ou batom nude, é provável que, de alguma forma, tenha sido influenciado pela socialite Kim Kardashian ou por outro membro da família mais midiática dos tempos atuais. Aliás, quando uma tendência chega às lojas, é provável que as belas integrantes do clã já a tenham, e há muito tempo, registrado em suas redes sociais – por mais polêmicas que essas tendências possam ser.
Mas, sim, para justificar o poderio da família (de origem armena), há uma boa história por trás. As irmãs Kim, Kourtney, Khloe, Kylie, Kendall e a matriarca, Kris, deram o primeiro passo para se tornarem a família mais famosa do mundo do entretenimento há dez anos, quando estrearam em outubro, no canal E!, o “Keeping Up with the Kardashians”. Hoje, o dia a dia do núcleo é exibido em pelo menos 167 países. Na verdade, o reality se tornou sinônimo de sucesso e empreendedorismo feminino, contando com um faturamento acima de US$ 1 bilhão, segundo publicação recente do “The Hollywood Reporter”.
Além do programa na TV, a família empreende na moda e na beleza, fixando o sobrenome como uma marca poderosa e lucrativa. Com isso, vive lançando tendências mundo afora – copiadas quase que instantaneamente. Mérito também de Monica Rose, stylist que acompanha a família há anos.
Kim e a quebra de padrões. Thereza Chammas, autora do blog Fashionismo – que funciona, atualmente, quase como uma enciclopédia das Kardashians – explica que Kim, hoje com 36 anos, surgiu quebrando padrões. Inclusive os de beleza, já que a mídia viu, na socialite, um modelo de mulher distante dos corpos bem magros. “Ela sempre foi mais voluptuosa e uma das pioneiras na forma de exibir o corpo. Tanto ela quanto as irmãs erram e acertam muito na escolha dos looks, mas, no geral, possuem uma visão de moda que interessa a muitas pessoas, além de serem extremamente fashionistas e ditarem várias tendências”, explica Thereza sobre o motivo de tanto sucesso. “A maquiagem, de dez anos para cá, também sofreu forte influência delas, principalmente pela popularização das técnicas de contorno facial”, acrescenta.
Em julho deste ano, Kim lançou um kit com produtos especialmente para o contorno. Foram colocadas à venda 300 mil unidades, que se esgotaram em apenas duas horas, resultando em um total de US$ 14 milhões despendidos.
Subvertendo alguns estigmas por conta de seu corpo – leia-se quadris e derrière avantajados –, Kim protagoniza a peça mais cobiçada pelo mundo da moda mesmo com um corpo distante da magreza ditada pelas passarelas. “Ela é referência de uma geração que muito sofre com padrões limitados de beleza. Inclusive, fez com que muitas grifes, como Balmain e Givenchy, adaptassem roupas a suas curvas e vestissem, também outros corpos como o dela”, enumera Thereza.
A jornalista Karla Lopes também concorda. Foi por meio dos vestidos bem colados protagonizados pela socialite que ela encontrou uma maneira de aceitar seu corpo. “Quando comecei a reparar nesse tipo de vestido usado por Kim, fiquei receosa, porque tinha alguns problemas em aceitar que, sim, sou bem bunduda e tenho quadril”, admite. “Mas é bonito, sexy na medida, bastante confortável e totalmente democrático”, enfatiza.
Porém, os vestidos coladíssimos ao corpo com comprimento abaixo dos joelhos são apenas uma entre as várias tendências emplacadas. Veja as mais relevantes delas a seguir – por enquanto, pois é bem provável que, até o fechamento desta edição, o clã já esteja apostando em outra novidade exclusiva.