De nossas aventuras na selva, a pesca de piranhas e a focagem de jacarés, na região de Manaquiri, foram, sem dúvida alguma, as mais radicais. E não sem motivo: os bichos são belos sim, mas extremamente hostis e vorazes.
Na tarde do primeiro dia, rumamos para um igarapé – na cheia, os peixes se concentram nessas áreas, de alimentação farta. A primeira orientação de nosso dublê de guia e pescador, André Costa, foi que ninguém retirasse os peixes do anzol. Opa! Quem disse que eu me aventuraria a tanto? Mas essa informação aquietou a todos.
Depois de escolhido o local que ele julgou bom pra pesca, lançamos os anzóis às águas. Foi uma eternidade até que uma piranha mordesse a isca – e fosse fisgada, porque perdemos a conta de quantas foram comidas ou foram embora. Mas o pior: pesquei só filhotes. Enquanto isso, dois jovens norte-americanos pescavam piranhas “gigantes”, verdadeiros “fishermen”; depois, o pai entrou na corrida, e um casal de brasileiros também.
Olhos de fogo
À noite, fomos ao encontro de jacarés com Conrado, o guia encantador de animais, com olhos de lince. Distante das margens, ele já enxergava o bicho sob as águas, formando um caminho de pontinhos vermelhos, como pessoas fumando na escuridão.
A certa altura, ele viu um filhote às margens do igarapé, pediu ao nosso piloto (são todos bem-treinados) que aproximasse a lancha devagar e deu o bote, agarrando o bicho meio desorientado com o facho de luz. Ele ainda insistiu em encontrar um maior, o que não deu naquela noite, mas já estávamos todos satisfeitos com o que havíamos visto e tocado.
FOTO: Mateus Baranowski/Divulgação |
Durante visita à mata, a grande surpresa foi encontrar jacaré escondido |
Na volta, há 100 m da vegetação, Conrado ainda conseguiu enxergar os olhos de uma cobra dormindo sobre uma árvore. Aproximaram a lancha, ele tentou mostrá-la, indicou o galho da árvore, lançou fachos de luz de lanterna pequena e de uma do tipo holofote, mas nada. Não fosse nosso colega fotógrafo Gabriel tê-la registrado com uma superlente, nosso guia teria sido desacreditado por nossos olhos “míopes”.
Árvore (I)
Uma escada para o céu
Símbolo da Amazônia, a samaúma (ou sumaúma) é considerada pelos índios a mãe de todas as árvores. Tipicamente amazônica, ele pode chegar a 75 m de altura. Por suas raízes sapobemba (ocas), a também rainha da floresta ou escada do céu é usada para a comunicação de tribos, o que lhe rendeu o apelido de “telefone de índio”. Os povos da floresta lhe atribuem poderes mágicos, inclusive os de proteger às demais árvores.
Árvore (II)
Páreo duro na derrubada
Nessa linhagem de árvores gigantes da Amazônia, o angelim aparece em segundo lugar, com até 60 m de altura. Das cerca de dez espécies, as mais comuns na região são os rajado e pedra. Pelo fato desse último ser uma madeira dura e resistente, o que dificulta sua derrubada, o angelim é chamado de senhor da floresta. É uma árvore milenar, tendo sido encontrado exemplar de até 1.500 anos, diz a cientista do Museu da Amazônia, Tatiane Ribeiro.
Árvore (III)
Resistência sob as águas
O assacú (ou açacu), que pode chegar a 40 m de altura, é também conhecida entre os nativos como árvore-do-diabo, devido a sua alta toxidade. Porém, é uma árvore de vital importância para as comunidades ribeirinhas. Como sua madeira pode resistir debaixo d'água até 30 anos, segundo o guia Luiz Epifânio, ela é a principal matéria-prima na construção de palafitas e casas flutuantes.
Vitória-régia (I)
Uma lenda de fascínio e amor
Reza a lenda tupi-guarani que a índia Naiá, descansando à beira de um lago, viu a Lua (Jaci, para os índios) refletida em sua superfície, atirando-se nas águas e morrendo afogada. A lua, para recompensar o sacrifício da jovem, transformou-a em uma estrela diferente de todas as que brilham no céu, a "estrela das águas", a perfeita vitória-régia. Por isso, as flores só se abrem à noite, num gesto de amor.
Vitória-régia (II)
Planta aquática faz homenagem real
Típica da Amazônia, a gigante planta aquática (ou nenúfar) Victoria amazonica, com folhas circulares que atingem 2,5 m de diâmetro, ganhou o nome de vitória-régia em meados do século XIX como homenagem à rainha Vitória, que, em visita ao Brasil, teria levado sua semente para plantá-la na residência real.
Vitória-régia (III)
De tão bela flor quanto de vida curta
Com notável capacidade de flutuação, devido a uma rede de grossas nervuras e compartimentos de ar em sua face interior, além de canais superiores para o escoamento da água, a vitória-régia sobrevive somente de três a quatro semanas e as flores, três dias - porém, mesmo com tão curta vida, ela exibe uma cartela de cores: nasce branca, fica rosada e, ao atingir a cor púrpura, mergulha nas águas para espalhar suas sementes.
Serviço
Cruzeiro fluvial. Iberostar Grand Amazon
Spa: é o único serviço pago no all inclusive Iberostar Grand Amazon, com massagens - reflexologia (pés e mãos) e relaxante - de 30 minutos a R$ 90 e, de uma hora, a R$ 180.
Promoção 1. Nas compras antecipadas, desconto de até 15% sobre o total (inclusive para Natal e réveillon).