Em tempos de dinheiro mais curto, seja do jeito que for, é sempre bom economizar. E talvez essa seja a maior qualidade do Sandero equipado com a nova linha de motores SCe (Smart Control Efficiency) da Renault. De acordo com a marca francesa, o hatch ficou até 21% mais econômico graças a várias mudanças mecânicas feitas no carro.
A nova família de motores SCe chegou ao Sandero no fim do ano passado. Além do novo 1.0 de três cilindros, a marca trouxe para o carro o motor 1.6 SCe 16V, de quatro cilindros, com duplo comando de válvulas na admissão, injetores no cabeçote e outras novidades para garantir mais eficiência. No caso do 1.6, o bloco inteiramente feito de alumínio ficou 30 kg mais leve.
A potência máxima do Sandero 1.6 saltou de 106 cv para 118 cv, com etanol, um ganho de 11,3%. Com gasolina, a potência saltou de 98 cv para 115 cv, um aumento de 17,3%. O torque também é maior no novo motor: 16,0 kgfm, seja com gasolina ou etanol.
Economia e conforto
Todas as versões contam agora com sistema start-stop, que desliga automaticamente o motor quando o veículo para em semáforo/congestionamento. E religa quando o motorista começa a pressionar o pedal da embreagem. O sistema pode ser ativado/desativado conforme a necessidade do motorista por meio de um botão à esquerda do volante. O carro também tem agora direção eletro-hidráulica, mais leve para o motorista na hora das manobras. Outra evolução é a utilização de corrente de distribuição no lugar de correia, que dispensa a troca e garante baixo custo de manutenção.
O Super Motor avaliou a versão intermediária do hatch (Dynamique) com o novo 1.6 SCe, com câmbio manual de cinco marchas e preço a partir de R$ 54,3 mil. Além dos itens já citados nessa configuração, o hatch da Renault sai de fábrica equipado com ar-condicionado manual, vidros, faróis de neblina, travas e retrovisores externos elétricos, além de volante revestido em couro, rodas de liga leve aro 15, piloto automático e alarme, entre outros.
Entre os opcionais, destaque para o sistema Media NAV com tela de sete polegadas sensível ao toque e navegador GPS, além de bancos revestidos em couro, ar-condicionado automático, além de sensor de estacionamento traseiro.
Desempenho
FOTO: luiz Costa/Agência La Imagem |
Com o novo motor 1.6 SCe, o Sandero ganhou uma notável melhora no desempenho, sobretudo nas retomadas de velocidade. Na aceleração de 0 a 100 km/h, o carro ficou quase 4s mais rápido. Além de 11% mais potente, o motor também oferece mais torque em baixa rotação graças ao duplo comando de válvulas variável na admissão. O câmbio manual de cinco marchas é digno, possui engates curtos e precisos.
Acabamento
FOTO: Moises Silva |
Os encaixes são corretos, e os materiais aparentam qualidade. Mas nada de requinte: o uso de plásticos rígidos dominam o ambiente. A versão Dynamique vem com volante revestido em couro. Por R$ 1.200 extras, o dono pode ainda revestir os bancos parcialmente com o mesmo material.
Conforto
O hatch da Renault é confortável. Os bancos têm boa densidade, e a suspensão absorve bem a maioria dos buracos e das imperfeições da pista. Em dados momentos, o ruído do motor invade o habitáculo, o que indica que o isolamento acústico pode ser melhorado. É fácil encontrar a melhor posição de dirigir. O motorista conta com ajustes de altura do banco e da coluna de direção. Os retrovisores externos são elétricos. Há abertura interna do porta-malas e da tampa do tanque de combustível.
Consumo
A economia de combustível talvez seja o maior trunfo do Sandero com o novo motor 1.6. Em nossa avaliação, com o sistema start-stop acionado e ar-condicionado ligado, o computador de bordo do carro marcou média de 12,2 km/L, com gasolina, sendo dois terços do percurso na cidade. De acordo com os testes do Inmetro, o modelo é capaz de fazer as seguintes médias, com gasolina: 11,8 km/L (cidade) e 12,8 km/L (estrada). Com etanol, são: 8,1 km/L (cidade) e 8,8 km/L (estrada).
Habitabilidade
FOTO: Moises Silva |
A oferta de espaço interno do Sandero é uma grande qualidade do hatch. Quatro adultos viajam folgados no carro, sem aperto nas pernas ou na cabeça, já que o teto tem boa altura. O porta-malas, com 320 L de capacidade, está entre os maiores da categoria. Há porta-objetos por todos os lados, mas os bolsões das portas são um tanto quanto rasos demais, o risco de algum item cair dele sem você perceber, é grande.
Design
FOTO: Moises Silva |
Desde seu lançamento, em 2007, o visual do Sandero recebeu algumas reestilizações. A última delas, feita em 2014, trouxe linhas mais elegantes e mais robustas ao hatch da Renault. Apesar de estar no mercado há dez anos, o visual do carro não aparenta sinais da idade. Em 2018, o modelo deve ganhar um novo face-lift de meia-vida, que inclusive já estreou na Europa por meio da Dacia, a subsidiária romena da Renault. Por lá, o Sandero ganhou novos equipamentos também.
Tecnologia
O grande ganho da nova linha do Sandero é a tecnologia start-stop, com desligamento automático do motor nas paradas e nas partidas automáticas ao arrancar. Sem ele, o consumo do carro seria maior. A versão Dynamique traz alguns itens já em desuso como: comando satélite do som na coluna de direção, em vez de volante multifuncional. O rádio também é à moda antiga, com CD Player ainda. No entanto, traz porta USB, bluetooth e entrada auxiliar. O sistema Media NAV, com navegador GPS, só está disponível em versões mais caras. O ar-condicionado também não é digital. Controles eletrônicos de estabilidade e tração, só mesmo na versão com câmbio automatizado (chamado de Easy-R) do Sandero.
Ficha técnica
Motor. 1.6 flex
Potência.até 115 cv a 5.500
Torque.16 kgfm a 4.000 rpm
Peso. 1.055 kg
Tanque. 50 L
Porta-malas.320 L