Mão na massa
O senador Anastasia deve ter mais presença na campanha para governador a partir desta semana. Há forte expectativa de que ele comece a participar de eventos ou reuniões em apoio ao pré-candidato que já vem apadrinhando nos bastidores: o deputado Rodrigo Pacheco. O engajamento eleitoral teria sido prometido pelo senador ao deputado antes do Carnaval. “Ele ficou de andar com Pacheco pelo Estado”, disse a fonte. O senador voltaria ontem de Portugal, após um passeio de oito dias.
É o meu garoto
Anastasia é o grande fiador político de Pacheco, seu advogado pessoal e seguidor incondicional (o deputado se refere ao senador como seu líder). Muita gente vê Pacheco como uma espécie de herdeiro de Anastasia. E o senador ainda tem um motivo pessoal para promover agora a candidatura de Pacheco: driblar as pressões do PSDB e de aliados para ele próprio, Anastasia, concorrer ao governo. Uma ideia que o senador hoje repudia.
Ser e não ser
Pacheco vive no momento um dilema. Ele se escora em Anastasia e tem no PSDB a possível âncora partidária para uma campanha ao governo. Mas não quer estar associado ao tucano mais famoso, Aécio Neves, por achar que essa associação o derrotaria na urna. Como ser candidato dos tucanos, sem ser candidato de Aécio?
Fora Aécio
Esta semana, em reação à notícia na coluna de que o seu palanque estava sendo montado por articulações do ex-presidenciável tucano, Pacheco disparou: “Eu não sou candidato do Aécio. Quem sempre andou com Aécio é o Dinis e o Lacerda”, disse a um amigo. Ou seja, ele não só se recusa a assumir o apoio de Aécio como já está tratando de empurrar o incômodo aliado para o palanque dos adversários.
Bode na sala
Como Pacheco, a maioria dos membros do PSDB e de partidos aliados aos tucanos não quer fazer campanha em Minas ao lado de Aécio, o político mineiro com maior taxa de rejeição nas pesquisas. O senador virou o bode que afugenta todos da sala. Daí a torcida crescente para que ele concorra à Câmara e não ao Senado. A avaliação é de que, saindo para deputado e ficando fora da chapa majoritária, Aécio teria menor visibilidade e causaria menos estrago à campanha tucana, inclusive a presidencial.
Carla Lemos e Frederico Quirino.
Sem propósito
A intervenção no Rio não tem um objetivo tático ou militar definido. Qual é o inimigo afinal? A quem ou o que se vai combater? O crime organizado não seria o alvo já que a maior organização criminosa do país, PCC, tem matriz em São Paulo e filiais por todo o país. Reduzir a criminalidade nas ruas também não seria a missão do Exército uma vez que não houve nenhum surto de violência local, nem o Rio lidera taxas de criminalidade. Falta propósito à intervenção. Não se sabe nem o que se quer com ela.
Falha humana
A medida sem propósito foi tomada por impulso, na terça-feira de Carnaval. Temer decidiu o ato dramático sob o impacto do desfile da Tuiuti. Imagina-se o desgosto do presidente por se ver comparado a um vampiro na maior passarela do samba do país. Às vezes nos esquecemos da dimensão humana dos mandatários do poder. Governos são feitos por pessoas. E pessoas são levadas aos erros mais insanos quando abaladas em seu ego e vaidade.
Êxito duvidoso
O Exército está cumprindo as ordens presidenciais sem pestanejar, como reza a Constituição. Mas, sem plano ou objetivo e sem estrutura adequada para atuar na segurança pública, os militares não tem como dar respostas ao povo. O risco é a intervenção não resultar em nada, mostrar-se ineficaz ou, pior, resultar em trapalhadas e desgastes para os militares.
Só faltam eles
Estudo recente do Ipsos apontou as Forças Armadas como instituição mais confiável no país, com 66% de citações. Na verdade, é uma das duas únicas instituições confiáveis para mais de 50% dos brasileiros (a outra é a PF); todas as demais instituições já caíram no descrédito da maioria.