A Great Wall Motors (GWM) saiu vitoriosa de uma batalha legal contra a Volkswagen, que contestava o registro de dois modelos de sua linha no Instituto Nacional da Propriedade Industrial (Inpi).
Com isso, a montadora chinesa está mais próxima de lançar no Brasil um carro que é praticamente a versão elétrica do icônico Fusca, devido à grande semelhança no design.
A GWM protocolou os desenhos industriais do Ora Punk Cat e do Ora Ballet Cat em novembro de 2021. Ambos os modelos têm um estilo claramente inspirado no clássico "besouro". A Volkswagen, no entanto, contestou a concessão dos registros, alegando que os modelos da GWM eram uma "cópia escancarada do icônico Fusca".
Apesar das alegações da Volkswagen, o pedido de tutela de urgência para a marca alemã, feito em fevereiro de 2023, foi revogado em março deste ano após um recurso da GWM. A montadora chinesa reconhece a inspiração no Fusca, mas argumenta que a importação dos modelos não configura concorrência desleal, já que o Fusca saiu de linha no Brasil em 1996.
Com a liminar derrubada, a GWM agora se prepara para trazer ao Brasil o Ora Punk Cat e o Ora Ballet Cat. No entanto, a montadora ainda não confirmou oficialmente o lançamento desses modelos. Enquanto isso, a GWM se prepara para produzir o SUV Haval H6 em sua planta de Iracemápolis, no interior de São Paulo.
Equipado com um motor elétrico dianteiro de 173 cv e oferecendo autonomia variável de 400 km a 600 km por ciclo de carregamento, o Ora Ballet Cat, da GWM, ganhou atenção tanto por seu design quanto por questões controversas em sua campanha de marketing.
O hatch elétrico com linhas claramente inspiradas no Fusca se destaca por sua elegância e linhas de design inspiradas no Fusca original. Com uma versão de entrada com preço a partir de US$ 28,7 mil (cerca de R$ 155 mil na conversão direta), o Ora Ballet Cat representa uma opção atraente no mercado de veículos elétricos.
O lançamento do Ora Ballet Cat em 2021 foi marcado por discussões devido a certas escolhas polêmicas na campanha de marketing. A montadora chinesa optou por promover o veículo como voltado para o público feminino, levantando críticas sobre a abordagem de gênero em sua estratégia.
Um desses recursos é o sistema de aquecimento nos assentos dianteiros, projetado para aliviar cólicas menstruais. No entanto, a escolha de nomeá-lo de "Warm Man Mode" (Modo Homem Quente), em português, causou controvérsia ao evocar uma imagem de conotação inapropriada.
Outra questão polêmica é a nomenclatura do piloto automático adaptativo como "Lady Driving" (Dirigindo como uma Dama). Esse sistema mantém uma distância maior em relação aos veículos à frente, com base na premissa de que as mulheres são mais distraídas ao volante, o que levou a críticas por reforçar estereótipos de gênero.