O Tempo Checagem

É verdade que a PBH repassou R$ 2,7 mi para associação de prostitutas

Recursos são usados com a população vulnerável, como moradores de rua e profissionais do sexo, na prevenção a doenças sexualmente transmissíveis

A verba, no total de R$ 2.742.368,80, foi direcionada ao programa BH de Mãos Dadas Contra a Aids | Foto: João Godinho/O Tempo - 20.2.2020
Rômulo Almeida
24/09/20 - 12h10

Uma matéria que circula no WhatsApp afirma que uma associação de prostitutas recebeu R$ 2,7 milhões da Prefeitura de Belo Horizonte (PBH).

A agência O Tempo Checagem foi apurar a veracidade. 

Veja aqui todas as apurações feitas pela Agência O Tempo Checagem

O repasse foi feito pela Secretaria de Saúde da PBH à Associação das Prostitutas de Minas Gerais (Aprosmig). A verba, no total de R$ 2.742.368,80, foi direcionada ao programa BH de Mãos Dadas Contra a Aids. 

Segundo a Aprosmig e a PBH, os recursos são usados com a população vulnerável, como moradores de rua e profissionais do sexo, na prevenção a doenças sexualmente transmissíveis. O pagamento foi dividido em duas parcelas anuais, em 2019 e 2020, de acordo com o Portal da Transparência da administração municipal. 

“Fazemos um trabalho de redução de danos e prevenção de DST, como a sífilis, que está em alta, mas não é falada. No surto da Covid-19, por exemplo, fizemos testes nessa população vulnerável. A Aprosmig não fica com a verba. Ela recolhe o dinheiro e repassa os valores para o projeto”, diz Cida Vieira, presidente da Aprosmig. 

A PBH informou que o convênio entre a administração do município e a Aprosmig tem vigência de 12 meses e pode ser renovado por até 60 meses. De acordo com a prefeitura, no último mês, foi realizada uma ação especial de testagem para os profissionais do sexo que estão em atividade. Equipes do programa BH de Mãos Dadas Contra a AIDS visitaram, previamente, hotéis e casas de prostituição do centro da cidade e cadastraram as pessoas interessadas em receber o teste. A lista inclui profissionais do sexo masculinos, femininos e pessoas trans. 

O programa BH de Mãos Dadas Contra a Aids existe desde o ano 2000. “Para a realização desse programa são contratados redutores de danos que atuam diretamente com população em situação de rua, profissionais do sexo, população LGBT, usuários de drogas e outros em situação vulnerável. Eles atuam nas regionais de saúde, levando informações, insumos de prevenção e vinculando essa população à rede de assistência social”, diz a coordenadora do programa, Priscilla de Moura Franco.