Cinco meses após a inauguração, a trincheira José Quintão Romero, mais conhecida como trincheira do Itaú, no cruzamento das avenidas David Sarnoff e Babita Camargos, em Contagem, na região metropolitana de Belo Horizonte, passa por uma obra paliativa para minimizar os efeitos de enchentes. A medida foi solicitada pela prefeitura à empresa responsável pela construção da trincheira, depois da inundação ocorrida 12 de janeiro deste ano, em que carros ficaram boiando.
"Nós nos reunimos com o consórcio e acertamos que para amenizar a situação seria feito um trabalho de tirar o canteiro central da (avenida) João César, onde seria colocado um guard rail, para que a água que vem da avenida Firmo de Matos tenha condições de passar para o outro lado. Porque, com o canteiro do meio, a água bate nele e vai para dentro da trincheira. Tudo deve estar pronto em 8 de fevereiro", detalhou o secretário municipal de Obras, Alfredo Cardoso Teixeira Filho.
Segundo o secretário, este trabalho não gerou novos custos para a prefeitura, já que o valor está incluso nos R$ 28 milhões, já pagos pela construção da trincheira. Para esta intervenção, não é preciso desviar o tráfego na região. O trânsito de veículos na região, contudo, ainda pode ser fechado caso novas enchentes aconteçam, como determinou o prefeito Alex de Freitas, no início de janeiro.
Conforme o secretário, o fato de a prefeitura ter feito a trincheira, que possui um grande vão, mais abaixo do nível normal da rua, não é o que causa os alagamentos. Mesmo sem a intervenção para a melhoria do tráfego, as enchentes poderiam acontecer. "O problema é muito maior, que envolve a situação na cidade inteira, e não será resolvido da noite para o dia", garantiu Filho.
A solução, entendida pela prefeitura, é a execução de um projeto orçado em mais de R$ 220 milhões. “Todas essas áreas de alagamento que vêm da Cidade Industrial e terminam no Água Branca precisam de obras e intervenções que já haviam sido pactuadas com o governo do Estado. Envolvem a remoção das famílias de áreas de risco e a construção de quatro bacias de contenção, os piscinões, para facilitar o escoamento da água. Mas a trincheira é que virou uma grande bacia de contenção", afirmou o prefeito, em entrevista no dia 13 de janeiro.
De acordo com o secretário municipal de obras, o prefeito negocia com os governos federal e estadual para levantar a verba necessária. Caso ele consiga o financiamento, os trabalhos devem durar de um ano e meio a dois para conclusão.