Uma família do aglomerado Marimbondo está revoltada com uma abordagem realizada pela Polícia Militar na última sexta-feira (31).
Durante a ação, alguns moradores teriam sido agredidos pelos policiais. Uma família enviou vídeo que mostra a truculência de um militar, que empurra uma mulher. Fotos mostram os machucados que teriam sido causados pelos PMs.
Segundo uma dona de casa, moradora do aglomerado, que não quis se identificar, a situação foi muito complicada. “Os policiais chutaram e socaram a família toda. Oito pessoas ficaram feridas, entre elas crianças e adolescentes. Eles também usaram spray de pimenta contra nós. Nem uma criança de 3 anos escapou”.
Na ocasião, ainda de acordo com a dona de casa, um homem teria sido ameaçado de morte.
Entenda o caso
O caso aconteceu na rua Candeias por volta das 17h.
De acordo com uma das vítimas, militares do 39º Batalhão faziam patrulhamento de rotina quando encontraram um homem de 18 anos, sobrinho da denunciante.
Segundo ela, quando menor, o jovem era usuário de drogas, mas teria se recuperado.
“Meu sobrinho está quieto, mas os policiais querem pegá-lo agora que ele é maior. Os militares chegaram perto dele e começaram a buscar por drogas e não encontraram nada”, alegou a tia que, com medo de retaliações, pediu para não ter o nome divulgado.
Ainda segundo a mulher, quando os familiares perceberam a situação, resolveram intervir e, nesse momento, as agressões teriam começado. O jovem que sofreu a suposta ameaça confessou ser usuário de drogas, mas negou que “tenha envolvimento com o mundo do crime”.
Revolta
“Minha família não estava fazendo nada e apanhou. Eles foram covardes. Não adianta procurar a corregedoria, eles não resolvem nada”, desabafou a mulher.
A filha dela, que também teria sido agredida, afirmou que está com medo do que possa acontecer a partir de agora.
“Os militares estão sempre por aqui, e não queremos que algo mais grave aconteça. Temos medo de morrer”, falou a jovem.
Após a confusão, alguns do envolvidos no caso foram detidos por desacato a autoridade e encaminhados à 6ª Seccional da cidade.
Contrapartida
A assessoria de imprensa da Polícia Militar afirmou que denúncias envolvendo policiais militares devem ser levadas ao conhecimento da corregedoria da corporação com todas as provas, como fotos e vídeos.
No caso dos moradores do aglomerado, a polícia destacou que, caso necessário, a família poderia procurar o subcomandante major Flávio Donato, responsável pelo batalhão no dia 31 de janeiro, data do ocorrido.
Para o subcomandante, antes de qualquer coisa é preciso apurar a veracidade dos fatos.
“Nós não compactuamos com coisas erradas. Se houve excesso por parte dos militares, isso será investigado para que fique tudo claro”, finalizou o subcomandante Donato.