Contagem não é somente lar de grandes artistas e anônimos que fazem a diferença, mas, também, de atletas de destaque. O jogador de basquete Guilherme Hubner, morador da cidade, é um desses exemplos e, além de ter atuado em importantes equipes do país, já teve passagem até pela seleção brasileira.
Aos 27 anos, Guilherme Hubner começou a se interessar pelo esporte ainda na infância, na época em que estudava. No colégio São Judas Tadeu, no centro de Contagem, ele praticava o esporte que a maioria dos garotos gostava, o futebol, mas que não era exatamente a sua paixão. “Geralmente o grandão sempre tinha que ser o goleiro. Talvez por isso, meu esporte favorito era o handebol, e eu participava de muitos campeonatos, me destacando. Os professores tiveram papel importante nesse primeiro momento, me incentivando a ‘não desperdiçar a altura avantajada’ e procurar me empenhar em um algum esporte”, conta.
Aos 13 anos, após participar de uma festa no Olímpico Clube, em Belo Horizonte, Guilherme, que nunca tinha se interessado pelo basquete, foi convidado a praticar algum esporte no local. “Sempre quis fazer algo diferente. Meus dois irmãos, o mais velho e o mais novo, escolheram fazer vôlei, e eu optei pelo basquete, após ver alguns atletas praticando, próximo à fila de inscrições”, relata.
O atleta, então, entrou diretamente na categoria de base do Olympico Club e depois foi para o juvenil. Foi nessa época que aumentou seu interesse pelo basquete. “Quando estava dentro, vi realmente que poderia conseguir algo e talvez ganhar dinheiro com isso. Passei a sonhar em jogar na Europa e até na NBA”, diz.
Em seguida, se tornou jogador pelo tradicional Minas Tênis Clube, onde ficou durante seis anos e se tornou profissional.
Após a passagem pelo clube mineiro, Guilherme Hubner foi para o time do Limeira, em São Paulo. Seu próximo time foi a Liga Sorocabana, onde ficou até a última temporada.
Apesar da rica experiência em vários times do Brasil, Guilherme revela que ainda não consegue sobreviver apenas do esporte. Ele, que atualmente está aberto para negociações com outros times, conta que são poucos os que conseguem segurança financeira. “Para ganhar dinheiro é preciso entrar na panelinha, conseguir fama e vender os direitos de imagem”, conta.
Além disso, o atleta diz que decidir trilhar o caminho de um esporte que no Brasil ainda não é tão valorizado, não é uma escolha fácil, e que a trajetória envolve muitas pressões e obstáculos. “No início pensei em desistir. Quando você se profissionaliza a pressão aumenta demais. O basquete é um negócio como qualquer outra empresa. O atleta é muito pressionado. Se não rende, está fora. Além disso, apesar de ter melhorado nos últimos anos, o basquete é pouco divulgado, menos ainda que o vôlei. Mas tenho fé que isso ainda vai mudar”, diz.
E como se não bastasse, a rotina de atleta também é árdua. “Geralmente acordamos às 8h, permanecemos uma hora na academia fazendo musculação, para partir para duas horas de treino tático na quadra. Depois do almoço temos um descanso, para mais duas horas de treino”, conta.
Além disso, a alimentação exige cuidados extras. “É tudo muito caro, principalmente com a suplementação alimentar. E é tudo por conta do atleta, os clubes não bancam nada, e muitos atletas não conseguem manter tudo isso”, revela.
Viagens como jogador e passagem pela seleção
Em 2011, Guilherme Hubner teve uma das consagrações de sua carreira. O atleta foi ao México participar dos jogos Pan-Americanos de Guadalajara, como jogador da seleção brasileira de basquete.
Ele conta que a experiência de participar de uma competição internacional de tal grandeza foi maravilhosa. “Só caiu a ficha quando eu cheguei no México. Fui convocado e permaneci um mês treinando em São Paulo e, depois de embarcar, ficamos três semanas em Guadalajara. Jogando pela seleção você percebe que sempre há algo para aprender”, diz.
Além disso, o atleta destaca a estrutura oferecida pela seleção brasileira. “É tudo ótimo. A seleção, além de valorizar o atleta no mercado do esporte, é como se fosse uma mãe e te oferece tudo. Gostaria que a maioria dos clubes brasileiros chegassem pelo menos na metade de tudo aquilo”, afirma.
Além de ter jogado no México, pelos jogos Pan-Americanos em 2011, atuando na Liga Sul-Americana de Basquete, Guilherme pôde conhecer vários outros países. Equador, Chile, Holanda e Argentina já estão no seu passaporte como atleta.