Salvo pelo gongo
O cronograma de abertura do capital da Codemig está “no prazo” definido, segundo técnicos do governo. Ou seja: se não houver nenhum imprevisto, o dinheiro cai todo no caixa até junho/julho, em tempo de ser usado este ano. A operação vem sendo montada por consultoria especializada sob as ordens do presidente da Codemig, Marco Antônio Castelo Branco, que adquiriu experiência com mercado de capitais durante sua passagem pela Vallourec e Usiminas. E assim o governador Pimentel, depois de três anos no sufoco, caminha para ter uma redenção financeira nos últimos meses de mandato.
Tudo a favor
Hoje os prognósticos são de êxito; a dúvida é o valor a ser apurado. Salvo uma nova onda de volatilidade internacional, a operação tem tudo para atrair os investidores: é um ativo valorizado, que se sustenta na produção de um minério nobre e pouco explorado no mundo, o nióbio. E o mercado acionário segue positivo, com a enorme liquidez internacional estimulando a compra de papéis das empresas lucrativas, como é o caso.
Chineses a postos
Quem acompanha o assunto vê como compradores potenciais da Codemig os grupos asiáticos e o consórcio chinês que já participam do negócio como donos de 30% da parceira privada do governo, a CBMM. Especialmente os chineses teriam interesse em ampliar sua fatia, reforçando a presença no setor e no Estado. Se o Brasil é um dos países mais ‘achinesados’ do globo, Minas talvez seja o Estado que mais tenha contribuído para isso.
Dinheiro antecipado
Ao vender parte da Codemig, o governo abre mão de parcela dos lucros. Na prática a operação funcionará como uma antecipação de receitas: o governo receberá agora, numa bolada, parte do que auferiria nos próximos anos. Pode vir a ser ótimo negócio se as cotações do nióbio caírem no futuro. Por outro lado, a Codemig ajudará menos o governo partir de 2019.
Queremos obra
A pressão por obras em Minas está subindo. O sindicato dos empreiteiros (Sicepot) promove hoje em BH um encontro empresarial com o governador Paulo Hartung (ES), que promete investir R$ 1 bilhão se reeleito. A badalação em torno do vizinho parece um recado para o governo mineiro.
Golpe de 2016
A ameaça de represália do MEC à criação na UnB de curso sobre o “Golpe de 2016” acendeu um rastilho de pólvora. Até ontem, 30 universidades já haviam seguido a iniciativa, que ganhou apoio até nos EUA. O debate é relevante: ao tratar como golpe o impeachment de Dilma, a academia adota a versão de que o movimento foi uma tomada ilegítima do poder.
Pra sempre vampirão
Muito brasileiro achou o impeachment legal e necessário. Mas a versão que ficará na história é a dos historiadores. E ela já começou a ser escrita. Concorde-se ou não, a reação em cadeia das universidades indica que a tese do golpe venceu. Temer está passando à posteridade como usurpador. Ou vampirão, na debochada visão carioca.
Poder da palavra
O uso da palavra golpe ou impeachment para definir a mudança de governo é uma escolha semântica que muda toda a conotação política da história. O que mostra a força das palavras. Mesmo na era das redes sociais, a palavra mantém seu poder transformador. Um poder que na Bíblia explica a própria criação da vida: “O verbo se fez carne. E habitou entre nós”.
Homenageando as mulheres em seu mês: Marcela Giovanna e Cris Aires
Não dá mais
Sem atuação desde 2014, Walfrido dos Mares Guia oficializou ontem a sua retirada da vida pública com críticas à intolerância política e às “torcidas organizadas” que se especializam em “atacar e difamar adversários”.
Missão Lawtech
Um grupo de advogados das 20 maiores bancas do Brasil visita, a partir, de hoje as principais ‘startups’ de inteligência artificial para advocacia no Vale do Silício (EUA). De Minas participam da Missão Lawtech três membros do escritório Décio Freire: o próprio Décio, Rodrigo e Gabriel Freire.