Vida ou morte
Para o bem ou para o mal, as manifestações em defesa da Lava Jato que estão sendo chamadas para 26/3 devem impactar o futuro da operação, hoje em aberto. Se o movimento atrair grande púbico poderá reforçar e até blindar a força-tarefa. Por outro lado, eventos esvaziados irão estimular uma brutal ofensiva daqueles que já tentam a qualquer custo desmontar a operação. A Lava Jato chegou a momento crucial de sua trajetória.
Termômetro
Por ora a mobilização é quase inexistente, com as redes sociais ignorando os atos. A mídia também não parece inclinada a dar apoio. A 25 dias das manifestações, a baixa repercussão indica dificuldades para arregimentação de pessoas dispostas a botar a cara na rua em defesa de uma operação policial que hoje enfrenta forte oposição no Planalto, Congresso, tribunais e empresariado. Apoiar a Lava-Jato, nas circunstâncias atuais, significa desafiar os que estão mandando no país. Quantos se habilitam?
Os sem interesse
Os grupos mais politizados, e dispostos a manifestações, estão ressabiados. Na esquerda há resistência aos atos por terem sido convocados pelo pessoal que liderou o impeachment e porque não se confia na isenção da Lava Jato, suspeita de ter sido criada para caçar Lula. À direita, teme-se que os atos acabem atingindo Michel Temer, cujo governo a maioria dos direitistas segue apoiando, no mínimo pelo mérito de ter tirado a esquerda do poder. E quem não é de direita ou esquerda está desiludido demais para acreditar em qualquer coisa, inclusive no efeito moralizador da Lava Jato.
Pizzaiollo
Nos últimos dias cresceu nos meios jurídicos a aposta na desidratação da Lava Jato. Anonimamente (ninguém quer passar ideia de estar contra a operação), fala-se que há amparo legal para a anistia de crimes passados, como querem os políticos. Isso tornaria inútil o grosso das investigações até agora. E o que não fosse anistiado poderia virar pizza no forno sempre alto do Judiciário, onde processos podem se arrastar até o réu completar 70 anos e se tornar inimputável.
Caso Azeredo
A propósito: nascido em 9 de setembro de 1948 e a 1 ano e 7 meses de virar septuagenário, Eduardo Azeredo deverá cumprir pena em prisão domiciliar, segundo o prognóstico corrente nos meios jurídicos de Minas. Azeredo foi condenado a 20 anos de cadeia na 1ª instância e aguarda em liberdade o julgamento de recurso ao TJ.
Outro que cai
Mais mudanças no MP mineiro. Marcos Paulo de Souza Miranda foi removido da Promotoria Especial para o Patrimônio Cultural e Turístico e nomeado para Santa Luzia. Pode ser mais um caso de promotor derrubado por querer mostrar serviço.
Trabalho de risco
A destituição causou pesar e perplexidade no setor turístico e cultural, que tinha nele um aliado. Historiador e professor, a ele são atribuídas ações como recuperação de obras vendidas/roubadas, denúncia de crimes, defesa do Colégio Dom Bosco e do Conjunto dos Profetas de Aleijadinho, além de posições firmes em relação à Samarco. Mas, infelizmente, nos dias de hoje, muita iniciativa pode trazer mais prejuízos do que benefícios à carreira.
Marina Ruy Barbosa posta foto em rede social de evento da Renault, em São Paulo.
Tapete vermelho
Uma caravana da direção nacional do PSB, liderada pelo presidente Carlos Siqueira, desembarca na próxima segunda-feira em BH para prestigiar a filiação de novos membros do partido, entre eles o deputado George Hilton, ex-ministro de Esportes no governo Dilma. O ato será na ALMG.
Troca de comando
O Ibram tem novo presidente. Reunido em Brasília, o conselho da entidade que representa a mineração brasileira aprovou a substituição de Fernando Coura por Walter Alvarenga, até então diretor de relações governamentais.