Um elfo e um súcubo pousaram na minha mesa e dispararam: “Se você for homem e realmente não usar televisão há mais de 25 anos senão para ver filme, conte aos outros o que achamos da atitude do dr. Sérgio Moro ao exibir as gravações explosivas da Lava Jato.
“Feita a ressalva quanto à origem da ideação, importa dizer, desde logo, que não foi de nosso agrado o reparo público que o ministro Marco Aurélio fez ao dr. Moro por causa da divulgação das falas em tela. Primeiro, porque nem relator da matéria ele é no Supremo. Segundo, porque a censura enfraquece a espinha do Judiciário, tão brutalmente ofendido pelos insultos que lhe dirigiu o ainda não ministro Lula. Terceiro, porque Moro tinha já explicado que a polícia estava gravando o telefone de Lula, e a voz da presidente apareceu ‘by chance’”.
O ministro Teori vem de tirar o inquérito de Lula das mãos de Moro. Ainda que não seja crível a justificativa do juiz sobre a gravação da voz presidencial, ele bem sabia que mal algum seria só a gravação, sendo pecado divulgar o diálogo entre a atual e o ex-presidente do Brasil. Mas a publicação da conversa fez-se de propósito, Moro assumiu o ônus de levar um puxão de orelha de qualquer intérprete menos iluminado ou qualquer apaixonado pela dupla da conversação.
O súcubo ajeita a gravata e completa: “Ao divulgar a falação e mormente as grosserias e as difamações do ex-presidente, o juiz de Curitiba atingiu os seguintes objetivos: tornou o STF conhecedor das imputações malévolas do indiciado; fez ministros e altas personalidades cientes das ofensas e dos venenos destilados pelo falastrão irresponsável; fez a opinião pública conhecer a arrogância e o ímpeto permanente do boquirroto em obter para si e seu bando cobertura de autoridades e magistrados que assediaram ou tentaram fazê-lo; fez crescer a rejeição popular aos dois políticos; deu a conhecer, ao mundo todo, quem é essa jararaca que comandou o furto de dinheiro de empreiteiros e servidores de empresa ocupante do décimo lugar de potência no mundo. Numa só palavra: tornou de todos conhecida a baixeza de ilusionista que encantou quase toda uma nação que governou por dois mandatos e elegeu sucessora sem eira nem beira”.
E daí?
“Daí criou atmosfera que impede o STF de cair na tentação do ‘benefit of doubt’, pôs Lula pelado ante o tribunal, abortou qualquer forma de indulgência que pudesse cutucar ministro mau leitor da partitura legal e, por isso, comparável ao mau maestro que também pouco enxerga na pauta da sinfonia”.
É claro que o julgamento de Lula terá de ser feito segundo a lei, mas quem tem poder de fazer dela e do redondo quadrado porá na balança os antecedentes de “não sei de nada” de Lula e a peçonha que ele vomita sobre todos os que se atrevam a julgar potestade e divindade que, de barro, não tem somente os pés, mas a alma, o coração e toda a aparência carnal que é conduzida por espírito tão trevoso.
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Lula nu. E agora, Supremo?
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