As atuações do Atlético até aqui em 2018 mostram que Oswaldo de Oliveira terá ainda muito trabalho pela frente. Um time principal que, querendo ou não, perdeu jogadores de qualidade, um banco com opções longe do ideal no aspecto eficiência e um começo onde a escolha é a de rodar o elenco. Aliás, sobre este último item, em minha visão, a decisão é acertada, porém com ressalvas, como já bem destacou em sua coluna de ontem o companheiro Leandro Cabido.
É claro e sabido por todos que algumas das opções que têm aparecido nesse segundo esquadrão não estão no nível ideal para atuar no Atlético. Em resumo, é aquela história de que “não adianta dar murro em ponta de faca”, mesmo que seja claramente em uma equipe reserva. E a história de que, neste momento inicial, não existem titulares ou suplentes também é apenas discurso. Todos sabem quem são os atletas com qualidade para estarem à disposição nos principais jogos.
É evidente também que a ausência da Copa Libertadores no calendário alvinegro — ainda deixando de lado um orçamento menor do que os dos últimos anos — reduziu as forças no mercado no momento da captação de reforços e exigiu criatividade. O reflexo está num banco de reservas com menos possibilidades de alternância e com qualidade equivalente à de iniciantes. E em um cenário de dificuldades, é menor a chance de que garotos recém-promovidos ao time de cima, como Bruno e Marco Túlio, resolvam o problema. Aliás, não é sequer justo cobrar que isso aconteça.
Na última semana, escrevi neste espaço sobre a necessidade de se ter paciência nesta fase que é, e realmente deve ser, de testes e evolução física e técnica. O resultado final do placar não importa muito, desde que esse crescimento coletivo seja verificado nas quatro linhas. Porém, ele tem que existir. Mas o caminho ainda será longo.
O adversário. Nos últimos anos, algumas equipes do interior surgiram como forças interessantes em nosso Estadual. URT e Caldense, esta última vice-campeã há duas temporadas, já vêm de boas campanhas, enquanto também observo outros projetos surgindo bem. Não unicamente pelo resultado conquistado no último domingo em Belo Horizonte, mas pelo desempenho de um modo geral, o Patrocinense merece atenção.
O time de Rogério Henrique, que acumula dois acessos no Campeonato Mineiro, mostrou força ao não se desorganizar em um segundo tempo onde a desvantagem inicial era de dois gols. Além disso, apresentou alguns nomes de qualidade.
Jogadores mais rodados, como o goleiro Negueti, o lateral-direito Ângelo e os meias Berger e Juninho Arcanjo, formado na base do Atlético, se apresentaram relativamente bem, mas chamo a atenção, em especial, para um jovem nesse jogo do fim de semana: o atacante Ademir, canhotinho bom de bola que se colocou pela extrema direita e incomodou demais o setor ocupado por Fábio Santos e Gabriel. Formado na base do time de Patrocínio, Ademir tem apenas 22 anos e um potencial a ser desenvolvido física e tecnicamente. Tomara que vingue. E que nossos clubes observem e saibam captar talentos que possam aparecer.