Não é impróprio quem diz que a atual crise que nos acomete não tem a gravidade de outras que já superamos. Longe de ser uma ‘marolinha’, como já foram dimensionadas as circunstâncias políticas e econômicas de outros tempos, a deficiência que mais aflora é a absoluta crise de lideranças que constatamos em todos os espaços de decisão no país. Mais do que isso, para agravar substancialmente esse quadro, os dias passam, a vida se inviabiliza, não há dinheiro, não há atividade econômica, perdemos todos verticalmente sem ressalvas e ninguém tem propostas de mudança, especialmente a oposição, que vocifera, mas nada oferece. Isso já foi muito dito, mas temos que gritar todos os dias, até para escolhermos melhor quem nos representa.
Por exemplo, há tempos que denunciamos o estrangulamento dos nossos recursos de logística, que melhorias possibilitariam a exportação da produção agrícola, que briga e se impõe no exterior. Carecemos de investimentos que o poder público, graças a Deus, não tem como fazer (onde entra a gestão pública, o desastre e a ineficiência são certos e esperados). Mas há uma fila de investidores, nacionais e internacionais, desejosos de trazerem para o Brasil suas experiências, capacidade de investimento, de gestão e inovação.
Pois bem: temos dez terminais portuários carentes de modernização, em São Paulo, no Pará e no Maranhão, que poderiam ampliar significativamente nossas exportações, mas dependem de licenciamento ambiental, há mais de dois anos emperrados. Esses mesmos projetos ficaram paralisados, sem nada ser questionado no Tribunal de Contas da União, por quase dois anos. Meu Deus!
A nossa malha rodoviária faz o poder público pagar pela insegurança e ineficiência que comprometem a produtividade industrial e agrícola, pelo atraso que gera custos e prejuízos ao escoamento da produção, pela dificuldade de internalização da economia. O que dificulta a solução? Primeiro, a falta de projetos viáveis para abertura de concessões de exploração. Depois de concedidas tais explorações, os tropeços causados pela mesma burocracia quase sempre emergente dos órgãos ambientais, do Ministério Público, da excessiva taxação, do papelório, dos entraves do já citado TCU ou TCEs, dos interesses políticos menores de uma meia dúzia de espertos que criam dificuldades para venderem facilidades.
O poder público no Brasil tem que se reservar às suas obrigações constitucionais, indelegáveis pela própria natureza ou por força da norma. Em tudo que metem o nariz, as soluções públicas são extremamente mais onerosas, improdutivas, dão espaço para as negociatas, para o empreguismo, para os privilégios, para a corrupção que no Brasil é histórica e somente se amplia. Escândalos como os que agora vieram à luz, da Petrobrás por exemplo, estão em quase todos os órgãos da administração pública, em menor dimensão, é claro, mas estão.
É comum vermos agentes públicos que nunca tiveram outros meios de vida a não ser o que ganharam como políticos, com ou sem mandatos, que dispõem de fortunas cuja monta não guarda relação com o que receberam a vida toda. Moram em mansões, em apartamentos nas praias onde o metro quadrado é o mais caro do mundo, têm vidas nababescas, o que só foi conseguido graças ao que amealharam usando o poder e a caneta que lhes entregamos com nosso voto.
Sejamos corajosos para gritar, para denunciar, para protestar mas para também para trabalhar, para ajudar a construir soluções que certamente não virão da falácia, nem da conversa fiada. O tempo do governo grátis acabou.
Clique e participe do nosso canal no WhatsApp
Participe do canal de O TEMPO no WhatsApp e receba as notícias do dia direto no seu celular
O portal O Tempo, utiliza cookies para armazenar ou recolher informações no seu navegador. A informação normalmente não o identifica diretamente, mas pode dar-lhe uma experiência web mais personalizada. Uma vez que respeitamos o seu direito à privacidade, pode optar por não permitir alguns tipos de cookies. Para mais informações, revise nossa Política de Cookies.
Cookies operacionais/técnicos: São usados para tornar a navegação no site possível, são essenciais e possibilitam a oferta de funcionalidades básicas.
Eles ajudam a registrar como as pessoas usam o nosso site, para que possamos melhorá-lo no futuro. Por exemplo, eles nos dizem quais são as páginas mais populares e como as pessoas navegam pelo nosso site. Usamos cookies analíticos próprios e também do Google Analytics para coletar dados agregados sobre o uso do site.
Os cookies comportamentais e de marketing ajudam a entender seus interesses baseados em como você navega em nosso site. Esses cookies podem ser ativados tanto no nosso website quanto nas plataformas dos nossos parceiros de publicidade, como Facebook, Google e LinkedIn.
Olá leitor, o portal O Tempo utiliza cookies para otimizar e aprimorar sua navegação no site. Todos os cookies, exceto os estritamente necessários, necessitam de seu consentimento para serem executados. Para saber mais acesse a nossa Política de Privacidade.