O presidente em exercício, Michel Temer, não imaginava o exercício que o esperava para chegar à Presidência da República, substituindo a “impichada” Dilma Rousseff.
Reconhecido como o titular de um currículo de quem melhor conhece as entranhas do poder, em todos os níveis, Temer vive, desde a última quarta-feira, saltando cascas de banana. Reações ao seu ministério, as mais diversas, já partiram dos militares diante do nome do deputado federal Newton Cardoso Jr. para a Defesa; dos mineiros nem lembrados, com todos os nossos coestaduanos, eventuais pretendentes, barrados no baile; das mulheres, nem consideradas no grupo de ministros já indicados.
Temer costurou o apoio no Congresso com quem poderá contar nos embates que virão pela frente, com quem tem mando e voto, porque ninguém melhor do que ele sabe que não se governa sem apoio político, ainda que isso o exponha e reforce uma das mais sórdidas formas de compra de apoio, o tão combatido “toma lá, dá cá”.
O ministério de Temer, ninguém duvida, é uma troca de seis por meia dúzia. Os que cobravam do governo afastado medidas urgentes já dizem que as soluções não virão unicamente como a vontade e trabalho dos que entraram, mas que haverá de se produzir com ações duras, que poderão custar sacrifícios à sociedade. Temer sabia desde há muito tempo que ingressaria na Presidência, sabia com quem contaria, quem seriam seus aliados nessa empreitada.
Não há vice que não nutra essa esperança, a de um dia ser o dono da caneta e da cadeira. Mesmo assim, de tudo que disse até agora, não saiu das generalidades. Nada prometeu de concreto e substantivo, que levasse esperança a não ser aquela que toda mudança descortina.
O Brasil espera por decisões inadiáveis, por reformas que há muito se acham engessadas, não empreendidas porque contrariam interesses de grupos, especialmente nos demais poderes, Legislativo e Judiciário. Clama por melhor destinação das receitas orçamentárias, com a exclusão de privilégios, com a redução da inchadíssima folha de pagamentos dos servidores e dos detentores de cargos de confiança, das subvenções e subsídios concedidos em troca de favores e apoios.
Grita pela redução da carga tributária, injusta e opressora, mas defendida pelos governos como necessária ao custeio da máquina pública. Os servidores públicos querem, os empresários querem, os banqueiros querem, os militares querem, a Fiesp quer, o agronegócio quer, a sociedade quer. Como, quanto, quando e quem vai dar, eis a questão. Para responder, Temer terá pouco tempo. Que Deus seja por nós.
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