O país vive um momento de tensão, angústia e dúvida em relação ao futuro. Nove entre dez lideranças reconhecem que a presidente Dilma perdeu as condições de governar. Infelizmente, o presidencialismo impõe a rigidez dos mandatos. A profunda crise econômica, a operação Lava Jato, a falta de coordenação política e de apoio no Congresso, a rejeição absoluta à presidente Dilma, revelada nas últimas pesquisas, e o vácuo de liderança e autoridade envelheceram precocemente o governo. O ajuste fiscal saiu pela culatra. Não só em termos dos impactos financeiros no Tesouro Nacional, mas, principalmente, na emissão de sinais positivos para o mercado e a sociedade, visando à reconstrução da credibilidade da política econômica, essencial para a recuperação da confiança no governo e na economia brasileira.
A ausência de liderança da presidente Dilma permitiu um protagonismo sem coordenação inédito do Congresso Nacional, o que revela os sintomas da crise de governabilidade e resultou em uma série de decisões que aumenta o gasto público em meio a uma brutal crise fiscal.
E é no meio desse mar revolto que a presidente Dilma – que nestes seis meses permaneceu ausente, solitária, isolada – tentou sair das cordas com uma inacreditável, longa e desastrada entrevista a um dos maiores jornais nacionais, cuja manchete foi: “Eu não vou cair”. Reforçou, assim, a sensação de insegurança e instabilidade que impera no país e a percepção de sua inadequação para o cargo. Aguçou a ideia de que seu governo terminou antes de começar.
Além disso, inaugurou mais uma ofensiva marqueteira, reproduzindo o comportamento da campanha, ancorada na manipulação dos fatos e na mentira, tentando passar a ideia de que as oposições, com Aécio Neves à frente, são golpistas e que um golpe está em curso.
Ora, quem promoveu as pedaladas fiscais, afundou-se na Lava Jato e patrocinou ilícitos eleitorais quer agora se vitimizar?
O PSDB tem compromisso histórico com a democracia, as instituições republicanas e a Constituição. Sabe que a mudança é necessária e inevitável. Mas que se dará dentro do marco constitucional.
A grave situação é fruto da inépcia da presidente e seu governo e da atuação soberana e autônoma do Ministério Público, da Polícia Federal, do juiz Sérgio Moro, do TCU, do TSE, enfim, das instituições republicanas – e não da ação das oposições.
A democracia pressupõe igualdade de todos perante a lei. Dilma e o PT não estão acima da Constituição. Para nós, impeachment não é objetivo nem desejo, mas também não é palavra proibida, já que está prevista na Constituição. Golpismo é achar que o maior escândalo da história brasileira passará impune.
O impasse se aproxima. Não há luz no fim do túnel. O futuro é incerto. Mas uma coisa é certa, o Brasil sob Dilma parece uma nau sem rumo. A Constituição e as instituições republicanas serão a bússola. A sociedade e o destino construirão o caminho.
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