Apontar, disparar
Apertem os cintos e segurem as cabeças. Vem aí mais chumbo grosso para cima de políticos já marcados e de novos alvos. Ontem foi o segundo dia de novo depoimento de Joesley Batista, da JBS, que volta a entregar tudo e todos na Lava Jato depois de um giro internacional com passagens confirmadas pelos EUA e China. Viagem cinematográfica em que ele pôde esconder a família na Ásia, no outro lado do globo, e juntar documentos para fundamentar sua delação. Agora, mais que antes, ele está à vontade e se sente seguro para sacar a sua metralhadora.
Coisa de cinema
O delator Joesley não tinha como deixar o país sem o consentimento e apoio da cúpula da PF, PGR e STF. Ele voltou sem a família, porém carregado de provas contra pessoas que mais acumularam poder político no país nas últimas décadas. Colaborou em “gravações assistidas”, ou grampos com autorização da Justiça, orientação da polícia e emprego de sofisticadas tecnologias de espionagem. Tudo seguindo um roteiro que, sabe-se agora, começou a ser planejado na Lava Jato com antecedência de meses. Coisa de cinema. Desde já, a história estrelada por Joesley Batista é o sonho de consumo de qualquer escritor de filmes no país – e até fora dele.
Só na plateia
A cúpula do Ministério da Justiça ficou de fora do roteiro da delação do século. O ministro de plantão tem sido um mero espectador da história protagonizada pela PF, corporação que teoricamente está subordinada a ele e, na prática, vem agindo de modo autônomo. O Planalto até que se esforçou ao máximo para controlar sua polícia. Inutilmente. Frustraram-se todas as tentativas até aqui de substituição de cabeças da corporação e de ingerência sobre as suas investigações.
Fora do script
O depoimento ontem de Eduardo Cunha no inquérito que investiga Temer não estava programado. Aconteceu de repente, de um dia para o outro. Pelo visto, foi uma iniciativa adicional e extraordinária da Lava Jato para reforçar suas baterias contra o presidente.
Vanessa Lyra, Lucas Souto e Nathália Dornelas nos salões da Assembleia Legislativa de Minas
Desespero
Amigos de Aécio já temem que o senador afastado, diante da possibilidade de prisão iminente, acabe fazendo uma grande besteira. O pedido da PGR para que ele seja preso será analisado pelo STF na próxima terça-feira, 20.
Correção
O ministro-relator do caso Aécio no Supremo é Marco Aurélio e não Celso de Mello. A coluna trocou os nomes ontem. Nossas desculpas ao leitor.
Nova corte
Está marcada para 23 deste mês, no Fórum Lafayette, a posse do novo comando do TRE mineiro. O desembargador Edgard Penna Amorim, eleito em abril, assumirá a presidência do tribunal eleitoral, no lugar de Geraldo Domingos Coelho. Junto, também tomará posse o novo corregedor e vice-presidente, Pedro Bernardes de Oliveira. Esses togados vão presidir as eleições em 2018 no Estado.
Conversê
Marcio Lacerda (PSB) anda conversando com Vittorio Medioli (PHS), que também conversa com Salim Mattar (Novo), enquanto Dinis Pinheiro (PP) conversa com Rodrigo Pacheco (PMDB), que ainda conversa com Antonio Anastasia (PSDB), e por aí vai. Nessa fase de prospecção de candidaturas, as conversas políticas prosperam os bastidores, de todos com todos.
Upgrade
Depois de retomar o controle do PTN, o ex-presidente da Câmara de BH Wellington Magalhães prepara a sua candidatura a deputado federal em dobradinha com a irmã Arlete Magalhães, deputada estadual. Pelo menos mais dez vereadores na capital vão tentar uma vaga parlamentar em 2018.