Cruz ou espada
Uma das decisões mais difíceis que Pimentel precisará tomar no início do mandato diz respeito à parcela do lucro da Cemig a ser embolsada pelos acionistas. Quanto maior a distribuição de dividendos, mais recursos para o caixa do governo, o principal dono. Por outro lado, a transferência generosa de lucros mina a capacidade de investimento da principal empresa do Estado. O martelo deve ser batido em janeiro.
Fonte que jorra
O estatuto da Cemig prevê distribuição de parcela a partir de 50%. Segundo dados passados à equipe de transição, esse percentual vem subindo ano a ano e está superando os 90% em 2013. Quer dizer, o governo vem tirando tudo o que pode da empresa para socorrer o tesouro estadual.
Desejo de mudar
É nítida no PT a preferência por cortar os dividendos e poupar o caixa da empresa para que ela possa reduzir dívidas e investir mais. Algumas fontes petistas chegaram a “vazar” tal medida ao jornal “Valor” esta semana. Porém, é improvável que alguma decisão já esteja tomada.
Falta combinar
Nas consultas para decidir o futuro da Cemig, Pimentel deverá ouvir entre outros o seu futuro secretário da Fazenda. E este pode não querer abrir mão dos dividendos, ou talvez nem possa fazê-lo em vista do sufoco financeiro esperado no início do mandato, com restos a pagar do governo anterior e o reajuste retroativo dos servidores. Em 2013, a Cemig está socorrendo o governo com cerca de R$ 770 milhões. É muita grana.
Pode ser pior
Os lucros da Cemig têm potencial para atritos (mais) entre as equipes que estão se sucedendo no governo. O pessoal de Pimentel pode descobrir após a posse que anda debruçado sobre dados parciais. Segundo o sindicato dos eletricitários, a distribuição de dividendos é engordada com transferências extras. Este ano, a parcela chegaria a 108,2% com repasses extraordinários no dia 19 próximo. Para o sindicato, a Cemig está distribuindo dividendos acima dos seus resultados – ou até lucros que não tem.
Em campo
Articuladores de Marcio Lacerda estão atuando nos bastidores da sucessão da Câmara de BH. Já teriam negociado uma secretaria-adjunta para o PROS e um cargo para o vereador Valdivino, do PPS.
Tudo por ele
A atuação política da prefeitura tem por beneficiário o vereador Wellington Magalhães, que já vem trabalhando sua candidatura há meses. Salvo um fato imponderável que leve à mudança de nome, ele é o candidato da base governista para presidir a CMBH na próxima legislatura.
Caso antigo
Os testemunhos e documentos já reunidos por procuradores da Operação Lava Jato revelam acertos de licitações e pagamentos de propinas na Petrobras desde 1996. São quase 20 anos de corrupção passados e limpo.
Só uma lenda
Segundo Alberto Pinto Coelho, não tem nenhum fundamento a versão de que Fernando Henrique Cardoso teria induzido a escolha do seu ex-ministro Pimenta da Veiga para candidato do PSDB ao governo de Minas.
Autor único
O governador disse a uma roda de imprensa nesta segunda-feira que a decisão sobre a candidatura tucana foi exclusivamente do senador Aécio.
Encaixados
Marco Antônio Resende, que foi procurador geral da PBH na gestão de Pimentel, está certo como titular da Casa Civil do novo governo. Outro técnico ligado a Pimentel que já tem lugar definido é Murilo Valadares, futuro secretário de Obras e Transportes.