Devastação
Pesquisas vêm apontando um desgaste fenomenal de Aécio em Minas. Ao que indicam os dados, as acusações de delatores da Lava Jato devastaram a imagem do senador, percebido como culpado por mais de 90% das pessoas.
Rebaixamento
A queimação de Aécio atingiu tal ponto que o meio político já descarta a sua candidatura ao Senado. A avaliação corrente nos bastidores é que hoje o senador só conseguiria se eleger para cargo menor: o de deputado. “E olhe lá”, acrescenta um experiente político. Final melancólico para quem foi até há pouco tempo o príncipe herdeiro da política mineira.
“Ativo tóxico”
O espaço se fecha para Aécio também na política nacional. Nesta quarta-feira, o senador mineiro foi chamado na grande imprensa de “ativo tóxico” do PSDB. Um dia antes, ele já havia sido instado pelo prefeito João Doria a deixar definitivamente a presidência tucana (hoje está licenciado do cargo).
Imponderável
Em princípio, o quadro virou a favor de Temer. Com os meios à disposição do Planalto e o apoio fechado de partidos que até ontem reuniam 185 deputados, o presidente recuperou as condições políticas para barrar na Câmara Federal a primeira denúncia da PGR. Mas a tênue vantagem conquistada por Temer nos últimos dias pode se dissipar a qualquer momento se vierem novas acusações da Lava Jato, que ora ouve dois delatores do presidente e do PMDB: o artífice do impeachment, Eduardo Cunha, e o operador Lúcio Funaro. Com metade dos deputados ainda no muro, fatos novos alteram rapidamente o placar. A Lava Jato é um fator imponderável que aumenta a incerteza sobre o desfecho da crise em torno de Temer.
Prêmio Cícero
Juarez Pinheiro Coelho, Ana Gabriela Pereira (Rona Editora, ganhadora de vários troféus), Guilherme Alves e o anfitrião Luiz Carlos Dias Oliveira, presidente da Abrigraf-MG, participam da entrega do Prêmio Cícero aos melhores da indústria gráfica mineira, premiação que este ano ganhou cerimônia alegre e dinâmica, sem discursos e ladainhas. A Sempre Editora, que publica o jornal O TEMPO, foi uma das vencedoras da noite.
Aberração
Juro real é a taxa de juro nominal depois de descontada a inflação. Então, no mês passado, com a deflação de 0,23% do IPCA e a taxa Selic fixada em 11,25%, a União remunerou os títulos da dívida púbica a juros reais de inacreditáveis 11,48% (deflação mais Selic). Deve ser o juro real mais alto de todos os tempos. Uma aberração econômica.
Boca de siri
A Lava Jato passa por fase de introspecção: trabalha-se muito, no maior silêncio. Não está vazando nada da força-tarefa sobre as novas delações. A política ‘boca de siri’ já desperta suspeitas de que esteja sendo preparado um novo ‘big bang’, com revelações de alto impacto, para estourar antes da apresentação da segunda denúncia contra Temer.
Volta ao telhado
O único rumor que saiu nos últimos dias da Lava Jato não tem a ver com Cunha ou Funaro e, sim, com Antonio Palocci. Ouviu-se de fontes internas que a delação do ex-ministro subiu no telhado, de novo: ele continuaria relutante em dar nome a todos os bois envolvidos no setor financeiro.
2ª Guerra
A nova guerra da PBH para tirar os camelôs do centro promete ser mais árdua do que foi há 15 anos, quando o governo Célio de Castro promoveu a primeira realocação organizada do comércio ambulante. Hoje, a crise econômica é mais grave. O comércio clandestino está mais espalhado, ocupando áreas movimentadas da cidade toda. E o camelô ganhou novos perfis.