Diário de bordo
A Operação Lava Jato está no seguinte pé: a PGR ora se dedica a separar os acusados reeleitos, que devem ser julgados pelo STF ou STJ, e aqueles que ficarão sem mandato e foro privilegiado em 2015. Os mandatários devem abrir a fila no grupo. E a primeira leva de acusados já pode sair em janeiro, pois haverá plantão da PGR no recesso judicial, que começa amanhã.
Corta caminho
A acusação dos não-reeleitos ficará para fevereiro, após a conclusão dos atuais mandatos. Assim os respectivos processos seguirão direto para a Justiça de primeira instância, sem passar antes por tribunal superior, em tramitação mais curta e rápida.
Vão sonhando
Os acusados que sonham ser julgados nos respectivos Estados, por juízes e desembargadores conhecidos, podem acordar no pesadelo. É que a Lava Jato vem sendo conduzida de modo a direcionar os processos de primeira instância para a Justiça Federal do Paraná. Quem não for sentenciado em Brasília deve ser julgado pelo juiz Sérgio Moro em Curitiba. E a diferença das opções pode ser a mesma entre a cadeira elétrica e a câmara de gás.
Como Nuremberg
A estratégia de concentrar processos numa mesma corte e localidade busca evitar que réus escapem por frestas do Judiciário no país afora. Além disso, julgamentos coletivos tendem a ser mais rigorosos, pela exposição à mídia e à sociedade. Já tem gente se referindo à vara de Moro como um “tribunal de Nuremberg”, em alusão à famosa corte que condenou nazistas em 1946.
Tendência
Pelos sinais observados até ontem no núcleo de Pimentel, o primeiro escalão do novo governo mineiro deve ser anunciado entre o Natal e o réveillon, provavelmente no dia 29 ou 30.
Pendências
Falta definir cerca de um terço das peças do tabuleiro. As maiores dúvidas são Saúde, Gestão Metropolitana e Ciência e Tecnologia, além de Codemig e Copasa. No Desenvolvimento, Pimentel tem a escolher entre dois nomes ligados à Fiemg. E a Agricultura espera pelo indicado de Toninho Andrade.
Coringões
Também segue em aberto o papel de dois colaboradores de Pimentel: Paulo Moura e Marco Antônio Castelo Branco. Ambos ajudam na transição e são considerados certos no governo. Mas ainda não foram encaixados. Como têm perfil polivalente, podem ter ficado na reserva para preencher lacunas importantes nos ajustes finais.
Dianteira
Na corrida pela chefia da Polícia Civil, a delegada Andréa Vachiano, ex-Bravo, desponta fortemente apoiada pelo grupo dos delegados jovens, o mesmo que vem dando sustentação na corporação ao novo secretário de Defesa Social, Bernardo Santana, já anunciado por Pimentel.
Primeiro apito
Está a pleno vapor o Projeto de Lei 5.611, que transforma o cargo médio de Analista e Técnico Fazendário em função de nível superior do quadro da Fiscalização. Nesta terça, às 22h, na comissão de Fiscalização Financeira e Orçamentária, o deputado Lafaiete Andrada conseguiu aprovar o PL na forma de um substitutivo que arremata o novo trem da alegria.
Atropelados
Tão comuns em fins de governo, os chamados trens da alegria desrespeitam especialmente os cidadãos que gastam tempo e dinheiro se preparando para concursos públicos. Só em BH, são cerca de 100 mil candidatos matriculados em cursinhos preparatórios.
Sem explicação
A propósito, um concurso do MP mineiro ofereceu há meses 50 vagas com salário de R$ 22,7 mil, remuneração inicial do promotor de Justiça antes do novo reajuste desta semana. Já ontem, a PBH abriu concurso para contratar professor a R$ 2.092, salário acima do piso nacional da categoria. Portanto, um promotor ganha pelo menos 11 vezes mais que um professor. Por que o disparate entre duas carreiras públicas de nível superior? Coisas do Brasil.