Dilema capital
Foi indagado a Olavo Machado: “Entre Marina e Dilma, para que lado os industriais vão correr?”. O presidente da Fiemg tentou se esquivar: “Não me aperta”, pediu com um sorriso. Diante da insistência da coluna, ele então respondeu: “Dilma, é claro”. O mesmo seria dito hoje por representantes do setor financeiro e do agronegócio.
Nome da hora
A grande aposta de Marina para quebrar resistências no empresariado ao seu nome é o economista André Lara Resende, já apontado nos bastidores da campanha e nas especulações do mercado como futuro ministro da Fazenda caso ela vença a eleição. O ministeriável tem passado longas temporadas no exterior. Voltou ao país no último fim de semana para ajudar a presidenciável.
Brilho e fortuna
Filho de Otto Lara Resende, o economista é visto como uma mente brilhante que sabe se equilibrar entre a inovação e a ortodoxia. Foi o criador da peça-chave do sucesso do Plano Real: URV, mecanismo que permitiu a transição para a nova moeda. Mas, neste seu retorno triunfal à cena política-econômica, André Lara também deverá ser questionado sobre questões delicadas do seu passado, por exemplo, a suposta fortuna amealhada com a desvalorização cambial no segundo governo FHC.
Primeira hora
O deputado Bernardo Santana, do PR, esclarece que já apoiava Fernando Pimentel e que ontem apenas formalizou a participação na coordenação de campanha do petista.
Família reunida
A decisão de liberar as bases republicanas foi tomada pelo presidente do PR-MG, José Santana de Vasconcellos, pai de Bernardo, a pedido de prefeitos e parlamentares que queriam abandonar o palanque tucano. Na convenção do partido, em junho, pai e filho racharam: José Santana, vice-presidente do BDMG, defendeu apoio a Pimenta da Veiga, e Bernardo, a Pimentel. A tese do pai foi vitoriosa, mas o filho seguiu com o petista. Agora, a família Santana volta a remar no mesmo barco.
Potencial
No último Ibope, metade dos 20% de eleitores de Marina declarou voto em Fernando Pimentel e a outra metade se disse indecisa. Na mesma pesquisa, 15% dos 37% de eleitores do petista afirmaram votar na candidata do PSB. Esses dados indicam que Tarcísio Delgado, hoje com 3%, poderia multiplicar sua votação e ficar competitivo se atraísse 50% dos votos da presidenciável do seu partido.
Vai ou não vai
Ontem, o marqueteiro de Delgado contestou nota da coluna que comentava o corpo mole do ex-prefeito e colocava em dúvida o apoio dele a Marina. Cacá Soares disse estar soltando propaganda com o apelo “Vamos juntos com Marina”, vinculando Delgado à presidenciável. Resta, então, conferir nos próximos dias se o candidato assumirá o novo mote e, sobretudo, se ele abraçará a própria campanha.
Mas essa voz....
Algo em Marina Silva que vem incomodando muito os eleitores é a voz fraquinha, sem presença. Uma voz de “taquara rachada”, como se diz no interior mineiro.
Mudar ou sobrar
A reviravolta nas candidaturas desviou o foco do debate nacional. Temas que o PSDB priorizou, como inflação e Petrobras, perderam destaque para a mudança do sistema eleitoral e do modelo de governança, ou “nova política”. Aécio ficou deslocado na nova pauta. Ele deveria adaptar e rever o discurso, incorporando ideias de renovação das práticas políticas. Do contrário, dificilmente terá chances de ir ao segundo turno.
Bola pra frente
Marcio Lacerda dá sinais de estar saindo do quadro depressivo no qual entrou após a queda do viaduto Guararapes. O prefeito voltou a participar de eventos. Antes triste e sorumbático, ele apareceu esta semana na Casa Fiat de Cultura com o semblante mais leve e descontraído. Conversou com convidados. E até sorriu em alguns momentos.
Continua
A Abrasel (Associação Brasileira de Bares e Restaurantes) reelegeu Fernando Júnior na sua presidência durante assembleia em BH com a presença do presidente nacional da entidade, Paulo Solmucci Júnior, e do ex-presidente Paulo Sérgio Nonaka.