Ela ou eles
O Planalto está sinalizando que Dilma não pretende conviver no PT com os petistas implicados na Lava Jato (Vaccari, Dirceu, Palocci etc.). Ou eles saem do partido ou ela irá se distanciar da legenda, ainda mais. Pode vir a pedir desfiliação. A presidente não tem alternativa: tem que ficar longe do escândalo, a qualquer custo, se quiser cumprir o mandato até o fim.
Povo X Dilma
A Constituição, o senso coletivo e a história política recente associam o impeachment a crimes de responsabilidade por atos imorais ou impróprios ao cargo. Se 59,7% apoiam o impedimento de Dilma, como diz pesquisa CNT, a maioria deve crer que ela seja responsável pela novela interminável de corrupção exibida nas telinhas do país. Para o povo, ela é culpada.
Choque de versões
O problema neste processo povo X Dilma é que o julgamento da opinião pública está se chocando frontalmente com o das autoridades encarregadas de zelar pela lei e moral no país. Até aqui a presidente saiu ilesa no MP e Judiciário: foi inocentada pelo TCU no caso Pasadena e recebeu um nada-consta da PGR no caso Lava Jato. Para a Justiça, ela é inocente.
Justiça X mídia
Se a opinião pública julga Dilma culpada, chegou a essa conclusão a partir de informações extraídas da mídia. Por outro lado, procuradores, delegados e auditores que não viram nenhum deslize da presidente devem ter lá as suas razões. E aí vem o impasse: qual a versão correta, a que está difundida no povo ou a que consta nos tribunais? A verdade está sendo distorcida na mídia, ou ocultada na Justiça? A resposta é terrível, qualquer que seja.
Afunilando
O rol de prefeituráveis em BH diminuiu, pelo menos no PSDB. O deputado João Leite, que já concorreu ao cargo e sempre é lembrado como potencial candidato, fechou apoio ao colega de bancada João Vitor Xavier. Leite tem articulado em prol de Xavier nos círculos tucanos e na ALMG.
Muito chão
Xavier já tinha saído na frente entre os pré-candidatos tucanos. E ganhou impulso com a adesão de Leite. Mas, ainda tem uma corrida de obstáculos pela frente até obter o consenso do partido em torno do seu nome. E depois disso, ainda restará conquistar apoio de Marcio Lacerda, cujo voto será decisivo na escolha do candidato da frente PSB-PSDB.
Toca música
O secretário mineiro de Obras, Murilo Valadares, agradou geral na posse de Jobson Andrade, presidente reeleito do Crea, o conselho profissional da engenharia. Em seu discurso, representando o governo, Valadares defendeu que as secretarias de Obras no país sejam reservadas a engenheiros civis. Foi como música para os ouvidos da plateia.
Põe carapuça
O alvo indireto da fala de Valadares são os secretários de Obras em várias cidades que não têm formação de engenharia civil nem registro no Crea. Em suma, não possuem o chamado RT. A carapuça parece sob medida para Josué Valadão, executivo sem RT que assumiu a pasta de Obras na PBH.
Intocável
A escalação de Aloizio Mercadante para falar à imprensa, ontem, após reunião ministerial no Planalto, foi uma clara demonstração de apoio da presidente ao chefe da Casa Civil. Apesar das críticas no PMDB e do fogo amigo no PT, Mercadante fica no governo. E pelo jeito, empoderado.
Honraria
A ministra Assusete Magalhães, do STJ, mineira do Serro, receberá amanhã uma homenagem do escritório de advogados Décio Freire. O evento será na Casa Bernardi.