Fim da Samarco
A Vale já teria pesquisas indicando que a população culpa a Samarco pela tragédia em Mariana e passou a nutrir pela empresa uma revolta e uma ojeriza tão fortes que inviabilizam sua manutenção, pelo menos com o nome atual. Ou seja, a lama no rio Doce destruiu a reputação da Samarco de modo aparentemente irremediável. E agora ela está condenada à morte pela rejeição da sociedade.
Nada como antes
Até onde a coluna apurou, as controladoras da Samarco (Vale e BHP) ainda não decidiram o destino da empresa estigmatizada. Mas, o fim da marca é só uma questão de tempo até se definir o que fazer com o sistema produtivo da empresa, ainda totalmente preservado: o acidente aconteceu no setor do lixo, deixando intactas as instalações de produção e o mineroduto.
Danos ambientais continuam
É provável que Vale e BHP tentem manter seus ricos ativos em Mariana. Mas, qualquer solução pós-Samarco deverá demandar longas tratativas, entre as duas mineradoras e com as autoridades competentes, dificultando uma retomada da produção. Depois da destruição ambiental, a população deverá sentir os danos econômicos e sociais da redução ou mesmo extinção da mineração na região, que depende dessa atividade.
E se acabar
Os mineiros deveriam fazer essa reflexão: e se a mineração de ferro acabar em Minas? Essa possibilidade ganhou força com a nova queda de preço do produto. No patamar atual de US$ 40, a mineração dificilmente conseguirá se manter rentável no Estado, ainda mais com os custos adicionais na área ambiental que a sociedade deverá exigir para evitar novas tragédias.
Reformadores
Dois construtores ganharam evidência nesta semana, ambos pela opção por reformar edificações já existentes. Na terça, Antônio Francisco Miranda, da Progeo, especializada na recuperação de obras, recebeu homenagem na Câmara de BH. E ontem, Teodomiro Camargos inaugurou portal do artista Jorge dos Santos no antigo Hotel Excelsior, prédio no centro da cidade que passou por arrojado projeto de retrofit.
É a economia
O maior trunfo da reforma de obras ou retrofit de prédios é a economia gerada. “É muito mais barato recuperar uma estrutura do que construir uma nova”, diz Miranda. Um exemplo é a recuperação de uma ponte que sua empresa finaliza em Raposos, perto de BH. Uma ponte nova custaria R$ 5 milhões, mas as obras estão saindo por R$ 1 milhão.
Sopro de velas
Uma reunião com púbico pequeno e seleto, organizada pelo deputado Fabinho Ramalho, comemorou discretamente, na última segunda-feira, o aniversário do presidente da ALMG, Adalclever Lopes. O alto escalão do governo e parlamentares mineiros marcaram presenças.
Pauta quente
A Fecomércio realiza na manhã de hoje, em sua sede em BH, uma reunião extraordinária com todos os seus diretores e a Dictum Perícia, empresa nomeada para administrar a entidade que está sob a intervenção judicial. Na pauta, um possível balanço das irregularidades apuradas na gestão do presidente afastado, Lázaro Luiz Gonzaga.
Curto e grosso
A prisão do senador Delcídio Amaral e do banqueiro André Esteves deixou em polvorosa o meio político e empresarial por abrir precedente perigoso para implicados na Lava Jato. O recado é claro e forte: quem ousar tentar obstruir a Justiça vai se dar mal. E isso vale para todos, inclusive Cunha.