Ministro de casa
O governador Jacques Wagner deve ocupar um ministério palaciano. Ele tem a confiança de Dilma para integrar o restrito círculo do Planalto. E deu a ela uma estupenda vitória na Bahia. Uma opção para o novo poderoso de Brasília pode ser a Secretaria Geral da Casa Civil, cujo atual titular Gilberto Carvalho, há 12 anos no governo, já é dado com baixa no primeiro escalão.
Missão Nordeste
Outro forte ministeriável, o cearense Ciro Gomes é cotado para voltar à Integração Nacional, pasta dominada pelo Nordeste. E tentar terminar grandes obras na região que parecem não ter fim, como a transposição do São Francisco e a rodovia Transnordestina.
Medida certa
Dos mineiros, o único até agora com todas as chances de emplacar no novo ministério é Josué Gomes da Silva. Cacifado pela boa votação para senador (30% dos votos), ele já é apontado por fontes petistas como futuro ministro do Desenvolvimento. A Fazenda estaria fora do seu alcance e perfil.
Mídia própria
O vereador Wagner Messias, o Preto, líder do governo Lacerda na Câmara de BH, está lançando um jornal de bairro: “Novo Oeste”. O novo veículo de comunicação começa a circular na região Oeste no final de novembro.
Arbitragem
Ao prometer diálogo com “todos” os segmentos antes de tomar as primeiras medidas pós-eleição, Dilma busca pontos de convergência para pautar sua política econômica e seu projeto de reforma política. A presidente está se colocando na posição de um árbitro ou mediador dos conflitos de interesses que hoje barram reformas no país. Se bem-sucedida, ela poderá articular pactos em torno de agenda mínima de mudanças.
Nem lá nem cá
O caminho que Dilma tomou deve conduzi-la naturalmente para o centro, distanciando-a do PT e levando-a a rever algumas posições do seu governo para construir “pontes” de diálogo com os setores mais conservadores da sociedade. Dilma não vai tucanar, mas está acenando com um segundo mandato bem menos petista que o primeiro.
Onda azul
A seção eleitoral 34, no bairro Santo Antônio, onde vota Pimentel, e a de número 33, no Lourdes, onde vota Aécio, deram ao PSDB votações entre as mais expressivas em BH. Em ambas, o tucano teve 77% dos votos válidos.
Fora da curva
O melhor desempenho de Dilma foi no Barreiro, com 49% dos votos. Não se conhece uma explicação única ou principal para esse resultado, que foge do padrão dos demais bairros e regiões. Na capital mineira, Aécio bateu Dilma por 64% a 35%.
Vitorioso
Aécio não levou a Presidência, mas ganhou a eleição. Com seus mais de 50 milhões de votos, saiu das urnas como o grande líder de metade do país e o chefe da oposição nacional. Já é favorito para as eleições de 2018. A vitória política do tucano no plano nacional foi tão expressiva que deve compensar em larga medida a dupla derrota sofrida em Minas Gerais.
Faca e queijo
Instrumentos não faltarão a Aécio para se manter em evidência no governo Dilma: ele tem a tribuna do Senado e a presidência nacional do PSDB para marcar posição e reverberar as eventuais derrapadas do governo Dilma.
Não se mexe
O mercado não espera novidade do Copom reunido desde ontem no Banco Central para deliberar sobre juros. O momento de ressaca eleitoral não recomenda guinadas na política monetária. E o BC está sem espaço para mexer na taxa. A tendência é o BC manter a Selic como está, a 11% ao ano, pelo menos até Dilma sinalizar os novos rumos da economia.