O fenômeno
Pesquisadores estão assombrados com a nova façanha de Lula: ele avança na classe média. Pelo menos três institutos nacionais já detectaram queda da rejeição e alta da aceitação ao ex-presidente no eleitorado mais instruído. No Ipsos, único a divulgar dados, a aprovação ao petista já chega a 35% na classe AB (o índice era de 14% há seis meses) e a 42% nos estratos com ensino superior (26% antes). Ao mesmo tempo, a sua desaprovação cai em todos os grupos. No andar da carruagem, parece uma questão de tempo até as pesquisas apontarem vitória de Lula em primeiro turno.
Quem entende
A compreensão do fenômeno desafia analistas, ainda sem entender direito o que se passa na classe média, toda unida alguns meses atrás na aversão a Lula e agora se inclinando em parte para o petismo. Uns atribuem a virada ao desgaste do judiciário, que lança desconfiança sobre o julgamento do ex-presidente; outros acham que o petista tem tido a sorte de contar com um ótimo cabo eleitoral, que é o governo Temer e suas reformas. Há muitas teorias e nenhuma conclusiva isoladamente. É uma conjunção de fatores.
Enigma nacional
Nos meios jurídicos só se cogita uma hipótese: a condenação de Lula pelo TRF4 e sua consequente exclusão da lista de candidatos pela Lei da Ficha Limpa, em algum momento da campanha. A inevitabilidade dessa cadeia de fatos é que torna a popularidade de Lula um fenômeno assustador para um número crescente de cabeças poderosas no país. No momento, nem as cartomantes estão conseguindo prever as repercussões internas e externas, sobretudo a reação popular, à retirada forçada do candidato-fenômeno.
Festa na oposição
Os adversários de Pimentel deitam e rolam na crise do 13º salário. Pegaram pesado nas críticas. E conseguiram reverberação. O certo é que o governo está queimando a imagem com os atrasos e dificuldades para pagar salários dos servidores. A dúvida é quem se beneficia disso. A ver nas pesquisas.
Rarefeito
A morte do ex-governador Francelino Pereira trouxe Aécio Neves de volta a Minas. O senador foi ao velório quinta-feira com a irmã Andrea Neves. A menos de um ano da própria eleição, ele continua sendo visto em Belo Horizonte apenas em ocasiões especiais ou excepcionais. A sua anunciada mudança de foco, da política nacional para a regional, ainda não ocorreu. E vem a pergunta: será que ele vai conseguir ficar no Estado para fazer campanha?
Piso do mercado
Oficialmente, o salário mínimo nacional é de R$ 937 (subirá para R$ 965 a partir de 1º de janeiro). Mas, na prática do mercado, o piso salarial no país agora é bem menor: R$ 792. Esta é a renda que um trabalhador intermitente apura hoje com oito horas de serviço por 22 dias ao preço de R$ 4,5 a hora, valor permitido pela reforma e já oferecido em anúncios de emprego na região metropolitana de Belo Horizonte.
Ivson Andrade, Dhyenyffer Teixeira, Alex Furtado, Clara Fleury e Rafael Furtado.
À moda pururuca
O deputado Fabinho Ramalho comemorou aniversário, na última quinta-feira, na capital, com uma festa bem no estilo das reuniões que o tornaram popular na Câmara Federal e pavimentaram sua eleição na vice-presidência da Casa. Presença em peso de políticos de vários naipes, entre eles o governador e o chefe do legislativo, e fartura de leitoa à pururuca com petiscos mineiros.
Portões do parque
Pela primeira vez até onde se recorda, o Parque Municipal da nossa capital será fechado ao público no dia de Natal (25 de dezembro) e Ano Novo (1º de janeiro). O burocrata responsável pela ordem na PBH alegou não haver movimento nessas datas que justifique o funcionamento do parque. Teoria refutada com veemência por antigos ambulantes e frequentadores, segundo os quais o parque fica cheio em todas as datas festivas, ocupados por famílias que não tem outra opção de espaço para lazer em grupo na cidade.