Onda otimista
O ambiente benigno de queda da inflação e dos juros e uma sequência de indicadores positivos de produção e consumo nos últimos dias propiciaram uma onda de otimismo na economia nacional. As projeções de crescimento do PIB estão subindo, o país entrou em ‘viés de alta’ para usar um jargão do mercado financeiro. Em alguns círculos econômicos, já se pode notar até uma ponta de euforia com as novas perspectivas brasileiras.
2018 no papo
Pelos dados mais recentes da economia, o crescimento já está garantido em 2017, embora ínfimo, abaixo de 1%. E pelas projeções das consultorias de bancos e empresas, que acompanham previsões do Ministério da Fazenda, esse movimento de expansão será acelerado ao longo do próximo ano. Na visão otimista que vai predominando no mercado e no governo, a economia chegará ao final de 2018 rodando a um ritmo de expansão de 3%.
Efeito na urna
O cenário positivo que se vislumbra não chega a ser espetacular. Está mais para uma ondinha. Mas, depois da recessão, qualquer marola de progresso pode surtir efeito nas urnas. Muito do otimismo nos meios econômicos se deve ao potencial reflexo nas eleições. Se a crise favoreceu até aqui uma campanha polarizada por discursos radicais à esquerda e à direita, a ondinha de crescimento beneficiaria em tese candidaturas no centro de continuidade das políticas atuais. Na visão otimista de mercadistas/governistas, o novo ambiente já permite o cenário eleitoral dos seus sonhos, sem a esquerda na final, com a disputa do Planalto travada no 2º turno apenas por candidatos do campo de centro-direita.
No telhado
Dificuldades técnicas estão inviabilizando um acordo da Cemig com a União – o TCU suspendeu a negociação envolvendo a compra pelo Estado de quatro usinas. E o leilão dessas usinas mineiras continua de pé no dia 27. Legalmente, a União seria obrigada a licitar as concessões, uma vez que já as retomou.
Delação JBS 2.0
O caráter temporário da prisão de Joesley Batista, decretada no fim de semana pelo ministro Edson Fachin, indica que a Lava Jato continua aberta à colaboração do dono da JBS. E o empresário, que já se entregou, terá na cela toda a motivação para buscar recompor o seu acordo com a Justiça, hoje em risco de anulação. A revisão da delação da JBS está abrindo brecha para renegociações que podem levar a novos depoimentos de Joesley, até mais fortes que os já conhecidos. Ou seja: a revisão da delação original pode resultar em versão nova e mais potente do acordo: uma delação 2.0.
Lacuna de 10%
Joesley ainda tem muito a entregar. Nos áudios da sua “conversa de bar”, que provocaram toda a quizomba em torno da sua delação, o dono da JBS disse não ter contado tudo o que interessava às autoridades, retendo “10%” das informações. Possivelmente, a parte omitida é a mais constrangedora, para o empresário e seus parceiros. Assim, em vez enfraquecer as peças de acusação, a revisão da delação da JBS pode acabar reforçando com novas informações as denúncias contra Temer e os demais implicados.
Aloysio Carvalho, Francisco Couto, Julio Nery e Rodrigo Amaral.
Voto da taça
Nos bastidores político-futebolísticos de BH, predomina a avaliação de que a final da Copa Brasil entre Cruzeiro e Flamengo irá influenciar a eleição do novo presidente cruzeirense, a ocorrer até o fim do ano. Aposta-se que a eventual conquista da taça nacional pelo time celeste favorece a vitória de Wagner Sá, candidato do atual presidente Gilvan Tavares, que enfrenta nessa disputa o antigo aliado e hoje desafeto Zezé Perrella, padrinho do concorrente de oposição, Serginho Santos.
Bola da sorte
Atrelada à disputa da taça, a eleição cruzeirense vira um capricho da sorte. O Cruzeiro tem 50% de chances de ganhar ou perder. Então, se título dá voto no colégio eleitoral dos conselheiros cruzeirenses, a eleição só deve se definir depois que a bola rolar em campo.