Pega geral
Uma das dez medidas da nova lei anticorrupção em análise no Congresso, a tipificação do caixa 2 como crime penal, promete impactos na vida nacional muito além do que supõe hoje o cidadão. A regra que os políticos deverão obedecer daqui pra frente também valerá para todos os demais brasileiros. A criminalização do caixa 2 alcança comerciantes, dentistas, cabeleireiros, corretores, camelôs, enfim, todos os profissionais liberais e prestadores de serviços que fazem negócio sem declarar ao fisco, ou seja, sem nota fiscal.
País ‘por fora’
Não há cálculo preciso da informalidade brasileira. Economistas estimam entre 40% e mais de 50% a parcela da economia que roda informalmente. Com certeza, uma grande parte do país vive e trabalha à margem do fisco, ou “por fora”, na expressão popular. As pessoas que formam essa imensa economia “por fora” vão virar criminosas do caixa 2, a menos que passem a trabalhar formalmente.
Salva-governos
A criminalização do caixa 2 promete abrir uma riquíssima fonte de receitas para governos quebrados de todos os níveis, ao forçar a formalização dos negócios. A ameaça de processo penal deve inibir a economia ‘por fora’ e a sonegação de impostos, ancorando o ajuste fiscal no país. Pois é: o combate à corrupção pode acabar tapando os buracos do setor público.
Ricos X pobres
O Brasil não deverá ter dificuldade para enquadrar a base da economia ‘por fora’ à nova lei anticorrupção. O Judiciário nacional tem tradição de tratar a ferro e fogo criminosos de baixo calibre financeiro. O desafio será, como sempre, combater o caixa 2 no rico topo da pirâmide social.
Ação em massa
A Lava Jato pode estar se preparando para prisões em massa. Segundo alta fonte do Judiciário no Paraná, o juiz Sergio Moro solicitou às autoridades competentes do setor a reserva de 70 vagas no sistema prisional de Curitiba a partir de dezembro. Seria para abrigar novos réus da Lava Jato.
Doutor detox: O médico mineiro Eduardo Faria posa entre os filhos doutores Breno Faria e Flávia Salera, após ministrar em BH um curso intensivo para profissionais da saúde e autografar o livro “Detox, Limpeza Vital”, primeira obra de referência no Brasil sobre técnicas homeopáticas de ‘destoxificação’ orgânica.
Marca do pênalti
A essa altura do ano, com o governo mineiro ainda à procura dos recursos para efetuar o pagamento, o 13º dos servidores estaduais só deve cair na conta dos beneficiários às vésperas do Natal. Se cair....
No ponto
No finalzinho do seu mandato, Marcio Lacerda está brindando os 66 mil funcionários da PBH com uma novidade: a partir desta quinta, 1º, todos terão que se submeter ao ponto eletrônico na entrada e saída do serviço.
Eternos projetos
A bancada mineira na Câmara Federal se reúne na quarta-feira da próxima semana para definir as emendas coletivas que apresentará ao Orçamento da União em favor de Minas Gerais. O pacote deve incluir as grandes obras que há anos vêm sendo reivindicadas no Estado, mas nunca saem do papel, como a duplicação da BR 381 e a expansão do metrô de BH.
Toda pressão
Desta vez, a mineirada promete endurecer o jogo para viabilizar os velhos projetos mineiros. Segundo o coordenador da bancada, Fabinho Ramalho (PMDB), os deputados pretendem se recusar a votar o orçamento federal se as emendas do Estado não forem contempladas.
Cara a cara
Amigo de Michel Temer, Fabinho articula um encontro da bancada com o presidente. A ideia é obter um compromisso explícito do chefe do governo com a causa mineira.