Realinhamento
A manutenção de vetos da presidente e a abertura de negociações para a reforma ministerial deram início nesta semana a um movimento de refluxo do oposicionismo na Câmara Federal. Ponto nevrálgico da crise política, as relações da casa com o Planalto ganharam nova dinâmica e se distenderam. Depois de senadores, agora é a vez de deputados refluírem de volta à base aliada. Está em curso um realinhamento das forças governistas.
Choque de realidade
A reconversão governista ocorre após o rebaixamento da nota do país pela S&P, o que levou à explosão do dólar e das dívidas externas de empresas, além de depreciar ativos em reais. Nos últimos dias, ameaças de um novo rebaixamento (agora pela Fish) elevaram os temores de um colapso na economia em função do déficit público. E os parlamentares se deram conta de que, ateando fogo no governo, estarão queimando as vestes de todos, inclusive as próprias.
Bomba no PMDB
A Lava Jato também contribuiu para baixar os ânimos parlamentares. E muito. A prisão nesta segunda-feira de João Rezende Rodrigues no Rio foi um golpe duro no PMDB, fiel da balança no Congresso. Apontado pela PF como operador de propinas para o partido, o potencial delator teria uma lista grande de políticos a entregar.
Polvorosa
A nova prisão desencadeou reuniões nervosas de peemedebistas, inclusive de Minas. O volume que o suposto operador teria repassado a políticos, mais de US$ 30 milhões, pressupõe dezenas de beneficiários das propinas obtidas na compra de navios-sonda pela Petrobras.
Boca aberta
Assombra os peemedebistas a informação corrente no partido de que João Rezende já teria chegado à PF pedindo delação premiada. Ao se apresentar aos policiais, ele teria dito algo como: “Quero falar logo”.
Pé na estrada
Apenas na semana passada, Dinis Pinheiro visitou pelo menos seis cidades de quatro regiões diferentes, além das suas bases na área metropolitana.
Montando base
Em todas as cidades visitadas, o ex-presidente da ALMG cuida de cumprir várias agendas políticas. E, pelo que anda dizendo aos seus aliados, ele está organizando bases para disputar o governo ou o Senado em 2018.
Hora do café
Faemg e parceiros abrem hoje, no Expominas, a Semana Internacional do Café, um grande encontro de cafeicultores, torrefadores, classificadores, exportadores, compradores, fornecedores e demais envolvidos na produção daquele que é um dos principais produtos do Brasil e de Minas.
Vaga livre
O atual vice-governador Antônio Andrade, segundo políticos com gabinete no Centro Administrativo, pretende liberar a vaga para ser candidato a senador. Aliados dizem que Andrade só desistirá do Senado se perceber mais à frente não ter chances de eleição. Hoje, ele acredita ter muitas.
Fila anda
O presidente da ALMG, Adalclever Lopes (PMDB), já está sendo visto por petistas do círculo de Fernando Pimentel como o “próximo vice-governador” de Minas, ou melhor, como o provável candidato a vice na chapa de reeleição do governador em 2018.