Sucessão avança
As conversas entre partidos no campo da oposição avançaram muito no fim de semana e nesta segunda-feira, configurando um quadro bastante nítido – se não definitivo – da sucessão de governador. Com os acordos costurados por Rodrigo Pacheco, Marcio Lacerda e Dinis Pinheiro, montaram-se bases para três coligações oposicionistas. Ainda ontem foi lançado o ‘outsider’ da vez, Romeu Zema, do Novo, mais um adversário no caminho da reeleição de Pimentel, que por sua vez progride na construção de uma superaliança com até uma dezena de siglas capitaneadas por PT e MDB. Em resumo, os principais candidatos já se armam. E o jogo vai começar pra valer.
Jogo andando
Dirigentes partidários influentes e um deputado idem já dão como certa a candidatura de Pacheco à frente de uma chapa com DEM, PP e Avante. A composição ainda pode ganhar mais partidos, com os quais o trio central mantém tratativas. Outra chapa bem adiantada reuniria PSB, PDT e PSD para sustentação de Lacerda, que ainda tem uma quarta legenda em mira. E Dinis se viabilizou assegurando o apoio de PPS, PTB e SD, além de tocar conversas com outras siglas.
Regra de acesso
O próprio PSDB se isolou quando condicionou sua adesão a uma chapa à presença de Aécio como candidato a senador. “O PSDB vai inteiro ou não vai”, chegou a declarar nesta coluna o presidente tucano, Domingos Sávio. Pois, no momento, o partido não está indo a lugar nenhum. Mas ainda pode mudar isso. Ontem, uma fonte apontou a saída para o isolamento tucano: “Se Aécio desistir da reeleição, o PSDB terá caminho livre para uma das três chapas”. Ou seja, com o senador os tucanos são rejeitados por todos; sem ele, podem até escolher com quem ficar. Simples assim.
Cartas na mesa
No caso da coligação de Dinis, a chapa tem até nome lançado ao Senado: o ex-governador Alberto Pinto Coelho, convencido a entrar na disputa pelo presidente do seu novo partido, PPS, Roberto Freire. Dinis andou até outro dia muito próximo de Lacerda. Uma união dos dois ainda não pode ser descartada. Mas ficou mais difícil com as cartas já postas na mesa.
Expulso do campo
A grande ironia é que a maior legenda da oposição em Minas, o PSDB, não está em nenhuma chapa até o momento. Nesses últimos 30 anos, o partido tucano foi o que governou por mais tempo e o que disputou mais vezes o segundo turno no Estado. Agora corre o risco de ficar de fora até do primeiro turno, isolado por todas as demais forças políticas.
Fundo do poço
O Fórum Econômico Mundial para a América Latina, aberto ontem em São Paulo com uma recepção oferecida pelo prefeito João Doria, está sendo totalmente ignorado pelos líderes latinos. A mais alta autoridade de fora deve ser o vice-presidente do pequeno Panamá. Ninguém de peso apareceu ao evento conhecido como Mini Davos e replicado em todos os continentes. O prestígio do Brasil está batendo no fundo do poço.
País no molho
O fiasco da edição brasileira do Mini Davos reflete a desarticulação da área diplomática e do setor governamental do país. Na avaliação de empresários com trânsito internacional, o desprestígio brasileiro se deve principalmente à precária interlocução. O governo Temer é visto como transitório e frágil, sem legitimidade ou força política para entendimentos e acordos. Daí o país ter sido colocado no ‘molho’ temporariamente, até se acertar com eleições.
Geraldo Simões, Alberto Lima e Carlos Alberto Castro
Alternativa
A perda de receitas com o fim do imposto sindical está levando entidades a criarem alternativas para manter serviços. Um exemplo é a parceria fechada pelo sindicato de hotéis e restaurantes da RMBH com o escritório Faiçal Assrauy para oferta de produtos jurídicos facilitados aos associados.
Leão amigo
Quem diz que rico no Brasil não paga imposto não deixa de ter certa razão. No IR Pessoa Física de 2017, os 2,4% com maior patrimônio tiveram R$ 463 bilhões (ou quase meio trilhão) em rendimentos isentos de tributação.