Meu Deus, que tempo, este que estamos vivendo... Ainda bem que ninguém está tendo tempo para pensar, já que a inflação e o PT não deixam. Eu nunca fui exemplo de otimismo, mas, agora, sinto um cheiro ruim no ar, como se estivéssemos às vésperas de um cataclismo, como a construção desse “Parlashopping” em Brasília, um verdadeiro pato preto.
Li alhures que alguém disse que “entregar a responsabilidade das reformas de que o Brasil precisa a essa corja de mensaleiros do Congresso é o mesmo que convocar Fernandinho Beira-Mar para relatar a reforma do Código de Processo Penal”.
Os jornais falam de um “piquenique” do presidente da Câmara, deputado Eduardo Cunha – que teve minha simpatia quando das eleições para a mesa da Câmara –, e mais uma meia-dúzia de companheiros de “trabalho em prol do povo”, que teria acontecido em Moscou e Israel, nos últimos feriados e dias “imprensados” da semana passada, com diárias por nossa conta. A repercussão negativa talvez seja pela imprudência dessas vilegiaturas. Mas deve ser normal, em se tratando de Congresso Nacional.
Anormal, no meu entendimento, é alguém que exerce um cargo vitalício, como é o de conselheiro do Tribunal de Contas, composto por apenas sete conselheiros, estar autorizado pelo Pleno do Tribunal a estudar em Portugal à custa do TCE pelo prazo de um ano e meio, ganhando vencimentos integrais do cargo de conselheiro e mais diárias por todo o tempo e ainda acumulando o cargo de vice-presidente da Corte de Contas do Estado, eleito que foi em março passado, ou seja, o vice-presidente do TCE-MG reside em Portugal.
Se o Brasil fosse um país sério, como teria dito o grande De Gaulle, isso não aconteceria, mesmo porque o Tribunal de Contas seria, no meu entendimento, e no entendimento do seu mentor, Rui Barbosa, o órgão mais importante da nossa República – isso se nós o constituíssemos como seu fundador pensou. E seria mesmo, posso dizer isso porque lá vivi e conheci suas entranhas. Só existe ladroagem na Petrobras, mensalão e corrupção endêmica no resto do país, porque aos políticos analfabetos e mal-intencionados não interessa uma Corte de Contas com competência para prender ladrões da coisa pública. Rui pensou em um órgão de controle externo, auxiliar de informação “ao” Legislativo, mas a conveniência do Constituinte de 88 o transformou em órgão “do” Legislativo e, assim, criou, essa sinecura que está aí. No TCE-MG está, sem dúvida, o melhor quadro técnico do Estado, são mais de 800 técnicos com pós-graduação lato sensu em controle externo, desperdiçados.
Não estou aqui cuspindo no prato em que comi. Falei isso quando presidente daquela Corte, onde trabalhei decentemente por 14 anos. E continuo pensando que o TCE deveria e deverá ser um dia uma Câmara de Contas do Tribunal de Justiça, composta por desembargadores, à semelhança de suas câmaras cíveis e criminais, deixando, assim de, ser boca para deputado em fim de carreira.
Eu penso e sei que é assim.
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