Na última segunda-feira, as 12 equipes do Módulo II do Campeonato Mineiro se reuniram para o conselho técnico da competição. Em pauta, a fórmula de disputa do torneio, que seguirá os moldes do Módulo I, jogando todos contra todos em turno único, definindo, posteriormente, os quatro semifinais e, então, os finalistas.
Mas, antes de colocar os times em campo, há muito chão pela frente, muita conta a ser feita, muita porta de patrocinador para bater. Jovem presidente do Guarani, de Divinópolis, Vinícius Morais fez um levantamento interessante e transparente dos custos da competição deste ano com o objetivo de conseguir novos parceiros para a próxima temporada. Os gastos são divididos em cinco itens: folha salarial, logística de jogos como mandante, logística dos jogos como visitante, registro de atletas e taxas da federação. Considerando as receitas de bilheteria, no fim das contas, o prejuízo médio das equipes é de R$ 11 mil por partida. O estudo analisou os borderôs de 80 partidas de 2017.
Cálculos
Pagamento do quadro móvel, repasses para a federação e para a liga local, seguro dos torcedores, arbitragem, seguro de arbitragem, confecção dos ingressos e todo o INSS que incide sobre as despesas entram na conta dos gastos. Os valores são apenas das taxas da competição. Outros gastos comuns aos clubes para realização das partidas não entram no borderô, tais como a contratação de terceiros para bilheteria, portaria, segurança e aluguel de ambulância.
Papelada
Além desses valores já citados, há outros custos ligados à competição que são de importante representatividade para o bolso das equipes menores. Para participar dos torneios, os valores desembolsados com registro dos atletas, taxas de transferências e registros de contratos é de aproximadamente R$ 30 mil para um elenco de 30 atletas. Esse dinheiro é destinado às federações de origem do jogador, à federação de destino, à CBF e aos sindicatos da categoria.
Viagens
A dimensão territorial de Minas Gerais – de 588 mil m² – é outro agravante para o deslocamento das equipes por causa da distância entra as cidades, o que faz com que o custo com a logística fique maior. Segundo Morais, entre gastos com ônibus, hotéis e alimentação, os clubes desembolsam entre R$ 80 mil e R$ 100 mil cada, dependendo da localização. Apesar disso, para 2018, os times abriram mão dos grupos regionais para que todos jogassem contra todos.
Receitas
E como pagar a conta, então? A participação das equipes na divisão de acesso do campeonato em Minas Gerais permite a geração de recursos apenas para aqueles que promovem ações, como patrocínios e venda de ingressos em bilheteria. Mesmo assim, essas fontes são consideradas deficitárias e restritas. A principal fonte de receita é o patrocínio, muitas vezes, restrito ao mercado regional das equipes, diminuindo o poder de captação financeira dos clubes.
Sugestão I
Diante das dificuldades, o Guarani apresenta algumas ideias. O clube sugere uma secretaria do interior, que seja exclusiva para atender demandas corporativas, jurídicas, financeiras e marketing. A área seria responsável por workshops, palestras e cursos de conteúdo para dirigentes, além de ajudar na captação de recursos e na negociação de fornecedores comuns, como hotéis, restaurantes e material esportivo para os times do interior.
Sugestão II
A outra ideia é proporcionar condições mais favoráveis para participação dos clubes nas competições de acesso, com isenção de taxas, venda de naming rights com a destinação aos clubes e repasse de parte da verba da cota de TV negociada para o Campeonato Mineiro Modulo I às equipes que disputam os torneios de acesso para custear outras competições ao longo do calendário. A Taça Minas Gerais, por exemplo, não é disputada desde 2012.