Uma experiência determina uma grande e definitiva mudança na vida: tendo acendido em si a própria lâmpada por meio do serviço altruísta e do alinhamento com os níveis superiores de sua consciência, a pessoa deverá levar essa luz até os demais. Porque é a partir do momento em que essa luz se acende que o homem não tem mais possibilidade de retorno à completa ilusão. Daí em diante, ele será co-criador consciente e não mais poderá voltar atrás em suas intenções interiores. Em vez de prestar tanta atenção a si mesmo, deverá voltar as costas ao que construiu e ir ao encontro dos que caminham nas trevas, dos que não acenderam, ainda, a própria lâmpada.
Algumas características marcam um ser que já alcançou este grau de evolução: o serviço desinteressado é a primeira delas e só pode acontecer quando a consciência não está mais centrada no ego humano, nas suas pseudo-necessidades e expectativas. Neste grau de evolução, o trabalho é ir ao encontro das reais necessidades dos outros. Isso, porém, é realizado sem qualquer sentimento de estar perdendo algo em benefício de terceiros. Não há esforço algum em sua doação.
A segunda característica do ser a serviço do mundo é a capacidade de trabalhar em grupo. Esquecido de si mesmo, diante da tarefa em prol da humanidade, o ser concentra-se no centro da própria consciência, ficando internamente unido a todos os seus semelhantes - formando, na realidade, um grupo interno de almas. Dessa consciência integrada à humanidade como um todo flui uma energia especial, capaz de mover montanhas. A terceira característica é a pureza, que implica estar mais alinhado com os próprios níveis superiores de consciência.
O trabalho de um ser a serviço nem sempre parece importante aos olhos dos demais. Geralmente ele tem o mesmo caráter de simplicidade que tem a tarefa de limpar estábulos, tida por todos como de somenos importância. Qualquer que seja a forma que esse trabalho assuma (lidar com excrementos, promover a higiene de um local, organizar armários), esse serviço não visa ao benefício próprio de quem o executa, mas ao benefício geral. Seja qual for a sua natureza, ou o grau de evolução de quem o realiza, o que conta são a vida e o amor empregados na tarefa. Importa executá-la e, em seguida, retirar-se de cena, pois os resultados não pertencem a quem serve.
Por mais Iniciado que um ser esteja nessas leis básicas que regem o cosmos, ainda há muito trabalho a ser realizado até que a humanidade possa limpar a sujeira milenar decorrente do senso da propriedade, o que não se fará sem grandes esforços. Para dar cabo desta tarefa, será necessário quebrar algumas barreiras, tais como ultrapassar as muralhas do ceticismo, do apego e da incompreensão, executando a tarefa serenamente, obedecendo apenas à própria luz interior. Para isso, basta fechar os olhos e procurar concentrar-se. Oriunda dos níveis elevados de consciência, virá, então, à mente uma ideia clara e definitiva.
Um dia a luz resplandecerá em todos, porque a lei da propriedade não tem vida eterna sobre a Terra e as forças retrógradas que ela representa também são provisórias, uma vez que portam a semente da própria destruição. É eliminando obstáculos que permitiremos o surgimento da obra criativa, possibilitando que algo fecundo se construa.
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Tendo acendido sua lâmpada, é hora de iluminar os demais seres
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